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Responsável pela volta do DEM ao comando da Câmara — a última vez tinha sido há quase 20 anos, quando a legenda ainda chamava-se PFL — Rodrigo Maia (RJ) acredita que o retorno do partido ao principal posto da Casa é a prova de que é possível “ter uma ideologia e manter-se fiel a ela”.  Ao derrotar o grupo aglutinado em torno do ex-presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Maia afirma que uma nova agenda será implantada na Casa, voltada mais para os temas econômicos do que para os debates conservadores.

Para o novo presidente da Casa, os trabalhos devem se concentrar em três eixos: as pautas econômicas; uma reforma política negociada com os partidos; e uma nova metodologia de fiscalização e controle para coibir a profusão de escândalos de corrupção que preenchem os noticiários nos últimos meses. Uma das maiores preocupações está nas regras de campanha. “A vedação ao financiamento privado tira o caixa 2 de pessoa jurídica do roll de crime eleitoral, passa a ser corrupção passiva e ninguém vai brincar com isso. Do meu ponto de vista, não tem encaminhamento para isso, acho que essa eleição de 2016 vai ser o caos.” disse ele.

Mesmo tendo votado a favor do financiamento privado, entende que não há clima neste momento para se tratar desse tema. E disse que cabe uma coisa coletiva, pois não é só o financiamento, é o sistema. O problema do financiamento está em campanhas caras, então temos que construir um sistema onde a despesa seja reduzida. É preciso rever o sistema, não adianta olhar a receita sem olhar a despesa. Todo mundo está com medo de vincular seu nome à política. A vedação ao financiamento privado tira o caixa 2 de pessoa jurídica do rol de crime eleitoral, passa a ser corrupção passiva. Precisa sentar os partidos e organizar um consenso mínimo no sistema eleitoral, não só aprovar o fim das coligações. Para reduzir o número de partidos, nós precisamos criar um sistema que fale melhor com a sociedade e que tenha um custo menor.

Maia aposta que, ao reunificar a base de apoio no Congresso, o presidente em exercício, Michel Temer, terá condições de aprovar as matérias importantes, como a emenda constitucional que impõe um limite de gastos da União. Ele não acredita que, durante a sua gestão, que vai até fevereiro, possa ser aprovada a reforma da Previdência. Mas quer concluir, na Casa, a votação do teto de gastos e deixar para o Senado concluir a matéria no primeiro semestre do ano que vem. O caos gerado pela presidente Dilma vai dar condição aos partidos que são liberais na economia a oportunidade de vocalizar o que significa a irresponsabilidade fiscal na vida das pessoas.

Rodrigo Maia entende que este é um dos piores momentos da política brasileira. No caso do volume de denúncias que atingiu o Executivo e o Legislativo. Há também a questão da exposição no impeachment. Para ele, na Camara cada deputado tem um perfil. Tem um deputado que tem o objetivo único de estar nos ministérios liberando as emendas dos municípios que ele representa. Tem outro que é da Frente Ruralista, ou da opinião pública. Alguns, representam a máquina partidária. “Por isso, você chega no plenário e olha aquela questão do impeachment e alguns ficam achando que aquilo ali é uma demonstração de enfraquecimento da qualidade da Câmara, mas eu não vejo por aí. Acho que o Congresso e a política, de fato, vivem um momento ruim, mas nós temos condições de reorganizar isso”. ponderou.

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