ROLAND GARROS E SEUS ENSINAMENTOS –

 Não sou muito de esporte! Entretanto, gosto de assistir além dos jogadores e regras. Gosto de ver a postura dos atletas. Talvez seja este o motivo de gostar de assistir às Olimpíadas e suas diversidades.

No futebol acho tudo meio rude, grosseiro. São “carrinhos” desnecessários nos adversários ou um teatro de uma agressão que não aconteceu. Fico cansada de ver aquilo e me questiono como muitos daqueles jogadores são ídolos da garotada. Que nos falta, como sociedade, para que nossa juventude veja nestes atletas não tão éticos o “cara” que eles querem ser?

No basquete sinto-me uma formiguinha diante daqueles gigantes e fico me questionando como eles conseguem correr tanto e controlar o tempo tão bem. Ver uma torcida colada na quadra, sem grades separando jogadores e fãs me leva a pensar que temos problemas de educação a corrigir. O ideal seria todos termos esta liberdade, nas quadras e nas casas… Estou enganada?

 Já o futebol americano que sempre achei bruto, hoje compreendo as suas regras e o vejo como um esporte que sabe respeitar os atletas. E os atletas se respeitam. Bônus valioso!

Mas, gente!, nada como o tênis! Cá para nós, o respeito dos jogadores por seus adversários é incrível. Aplaudir o seu oponente? Parabenizá-lo com carinho? Acho surpreendente a postura deles. E, então, olho a arquibancada… Os torcedores também se respeitam! Há silêncio na hora do silêncio e gritos na hora dos gritos. Palmas! Muitas delas. Ao contrário dos fanáticos dos times de futebol, onde, parte da “diversão” é xingar o juiz e a torcida adversária, percebo cada jogo como um show. A questão não é o VENCER, e sim o jogar muito! E eles jogam!

Onde foi que erramos? Em que momento nós, como pais, falamos para nossos filhos que aquele que não usa a mesma cor do nosso time é nosso inimigo? Em que momento nós, como sociedade, afirmamos que por alguém pensar diferente de nós, não merece nosso respeito? Não, não é apenas um jogo, não é apenas uma modalidade, um esporte… É, sim, uma sociedade que precisa se recompor e se despolarizar… e aprender a respeitar! Assistamos Roland Garros!

 

 

 

Bárbara Seabra – Cirurgiã-dentista, professora universitária e escritora

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *