Os roteiristas de cinema e televisão de Hollywood entrarão em greve a partir desta terça-feira (2) após o fracasso nas negociações por aumentos salariais com estúdios de produção, como Walt Disney e Netflix. A paralisação pode interromper imediatamente a gravação de programas de TV.
Esta será a primeira greve em 15 anos. Da última vez, a paralisação durou 100 dias e custou US$ 2,1 bilhões à economia da Califórnia, além de ter afetado produções de cinema e TV.
A realização de uma greve pelo Sindicato dos Roteiristas da América (WGA, na sigla em inglês) foi aprovada no mês passado, caso as negociações com os estúdios fracassassem. Ao todo, são mais de 11 mil trabalhadores.
A categoria argumenta que os trabalhadores tiveram os salários prejudicados por causa da revolução do streaming, que resultou em temporadas de TV mais curtas e pagamentos residuais menores.
“As respostas dos estúdios às nossas propostas foram totalmente insuficientes, dada a crise existencial que os escritores estão enfrentando”, afirma um comunicado publicado pela WGA.
Por outro lado, a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMTPT, na sigla em inglês), que representa alguns estúdios como Walt Disney e Netflix, afirmou que ofereceu “aumentos generosos” durante a negociação.
Em comunicado, a aliança disse que entre os principais pontos de discórdia estavam propostas que “exigiriam que uma empresa contratasse um certo número de escritores para um programa por um período de tempo especificado, seja necessário ou não”.
Outro ponto que está em negociação é o uso de inteligência artificial (IA). O WGA quer uma garantia para que os estúdios não usem o recurso para criar scripts a partir de trabalhos anteriores, ou que os escritores revejam rascunhos criados por IA.
A crise que atinge as produções de Hollywood também envolvem a queda na receita publicitária das emissoras de TV, além do avanço do streaming.
Impacto na produção
A greve dos roteiristas deve impactar imediatamente programas de TV. Os primeiros afetados devem ser os talk-shows, como “Jimmy Kimmel Live” e “The Tonight Show with Jimmy Fallon”. Essas atrações devem recorrer a reprises enquanto o impasse durar.
Fonte: G1