O Governo do Rio Grande do Norte abriu cadastramento para voluntários que desejarem participar de possíveis mutirões de limpeza de praias atingidas pelas manchas de óleo no litoral potiguar. O cadastramento segue até a quarta (23). Na quinta (24) e na sexta-feira (25), o governo deverá realizar capacitação dos interessados.
A decisão de cadastrar voluntários foi tomada em uma reunião que aconteceu no último sábado (19), quando o Governo do Estado formou o Gabinete de Gestão Integrada (GGI), sob a coordenação da Defesa Civil Estadual. O cadastro começou nesta segunda-feira (21). Um formulário foi disponibilizado na internet para o cadastramento (veja aqui).
Para realizar o cadastro, o voluntário tem que informar nome completo, idade, dizer se possui alguma doença crônica, cidade onde mora, endereço, e-mail, além de contatos e experiências profissionais.
Porém, o governo apresentou algumas informações e recomendações:
- Os resíduos de óleo encontrados nas praias são corrosivos e tóxicos, logo toda coleta precisa ser realizada com Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s, mediante orientação dos Órgãos Ambientais, Defesa Civil dos Municípios e do Estado;
- A coleta dos resíduos exige técnica e deve ser orientada por Órgãos Ambientais e pela Defesa Civil, portanto, o voluntário não deve agir nas praias sem a coordenação e a ciência desses órgão públicos;
- A finalidade do cadastro é restrita à criação de um banco de dados para facilitar a posterior mobilização dos voluntários, logo o voluntário só poderá atuar após ser acionado pela Defesa Civil, que entrará em contato, realizará treinamento e providenciará EPI’s;
- Por recomendações da Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) menores de 16 anos e gestantes não podem atuar nas ações de coleta;
- Ao preencher o cadastro, o voluntário deve estar ciente dos riscos envolvidos.
Manchas
As manchas de petróleo em praias do Nordeste já atingiram 178 localidades em 71 municípios de 9 estados desde o final de agosto. Os estados em que elas apareceram são Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
A substância é a mesma em todos os locais: petróleo cru. O fenômeno tem afetado a vida de animais marinhos e causado impactos nas cidades litorâneas. A origem da substância poluente está sob investigação.
Inicialmente o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulgou que as primeiras manchas apareceram em 2 de setembro nas cidades de Ipojuca e Olinda, em Pernambuco. No entanto, em atualizações mais recentes, o instituto concluiu que as os primeiros registros surgiram ainda em 30 de agosto na Paraíba, nas praias de Tambaba e Gramame, no município de Conde, e na Praia Bela, em Pitimbu.
As investigações sobre a origem do material são conduzidas pela Marinha em coordenação com o Ibama, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Polícia Federal, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e a Força Aérea Brasileira. Participam ainda os governos de alguns estados e municípios afetados.
Na quarta-feira (16), um navio da Marinha do Brasil encontrou um tambor de óleo fechado na costa potiguar. O material foi levado para análise laboratorial e, segundo a Marinha, não há ainda como precisar se o que tem dentro do barril é a mesma substância que está aparecendo nas praias.
Fonte: G1RN