SALA DE ESPERA E SUAS PARTICULARIDADES –
Sala de espera e suas particularidades
Esperar seja para que for, na sua grande maioria não é nada agradável. Principalmente quando o ambiente não favorece em acolhimento, conforto e respeito com aqueles que aguardam um atendimento. A sala de espera varia de acordo com o serviço ofertado.
Um Salão de beleza
Encontrei com um amigo que há muito não o via. Imediatamente notei uma grande mudança na sua aparência. O mesmo tinha os cabelos completamente brancos e muito cedo para idade que no máximo deveriam estarem grisalhos, mas no momento estavam pretos como aza de craúna.
– E aí amigo. Como está? Bela mudança no visual.
– Pois é, amigo. Fiz essa mudança radical, porem achei muito preto, falei com a cabeleireira que deveria ficar um pouco mais suave para não chocar tanto. O meu neto quando me viu começou logo a chorar, minha mulher torceu a cara e você teve esse espanto.
– Que nada amigo. Fiquei surpreso por dois motivos, primeiro como você é muito conservador, achava que essa não seria uma opção, segundo porque realmente ficou muito preto o contraste é muito grande, no entanto ficou boa a mudança, renova bastante. Houve alguma causa para esse radicalismo?
– Pior é, realmente houve. Parei num semáforo e enquanto esperava o sinal verde, fiquei absorvido em meus pensamentos. De imediato escuto um rapaz no carro ao lado gritando. – Acorda velho filho da puta. O sinal abriu! Rapidamente dei partida muito chateado com a forma agressiva como fui tratado. Me deu vontade de seguir o carro, no entanto como ele estava em alta velocidade desisti, o que realmente achei melhor. Após respirar profundamente e me acalmar, continuei o percurso para casa pensando no ocorrido. Por que será que o cara me agrediu tão fortemente? O fato de ter me chamado de filho da puta, apesar de me agredir e a minha mãe, até que não me chateei tanto, mas o “velho” filho da puta foi de lascar.
– Relaxe, isso não deve ficar lhe maltratando tanto.
– Foi por isso que resolvi pintar os cabelos.
– Ficou ótimo, logo nos acostumaremos e passará a ser o seu normal. Um abraço e até a próxima.
Ao chegar em casa, após o banho, me vejo no espelho penteando os cabelos e observo como os meus cabelos estão muito brancos. De imediato vem a lembrança do meu amigo. Vou ter que tomar as minhas providências. Procurei a minha esposa para comentar o assunto.
– Que tal eu escurecer o meu cabelo? Encontrei com um amigo que tinha os cabelos totalmente brancos e agora estão pretos. Achei que ficou bem, apesar de muito escuros, preferia mais castanhos. Você tem por aí alguma tinta para eu usar?
– Eu acho que não seria necessário, mas se você quer, tudo bem. Não é assim com qualquer produto, é melhor você ir a um salão. Falo com a minha cabeleireira para lhe atender.
– OK, vamos combinar. O tempo passou, já havia me esquecido quando ela me fala.
– Marquei para sábado às 10h.
– O que? Nem me lembrava o que seria.
– A cabeleireira para pintar os cabelos.
– A sim, para quando?
– Sábado às 10h. Ela falou que fique tranquilo, logo que chegar lhe atenderá.
– Beleza. Na data marcada chego ao salão e procuro a pessoa indicada.
– Olá, bom dia.
– Tenho horário marcado com a cabeleireira.
– Sr. pode aguardar ali que lhe chamo logo a seguir. Fui conduzido para uma pequena área onda havia uma poltrona confortável e uma mesa com algumas revistas. Observei que o salão principal estava cheio, com várias mulheres num papo movimentado, falando alto, sorriam, num clima muito animado. Peguei uma revista e comecei a folhear, mais interessado em escutar o papo do que o artigo da revista. Todo tipo de assuntos eram tratados. Filhos, maridos, dietas, historia de amigas cujos maridos tinham amantes, traições, separações, novos casamentos, alguém que havia morrido, marido reclamando do cartão de crédito estourado, chifre para lá, chifre pra cá. As conversas se misturavam, eu já não conseguia acompanhar tanto quando escuto a cabeleireira me chamando.
– Sr, Sr, vamos para a cadeira, iremos lhe atender agora. O Sr, quer um café , um chá ou uma água ?
– Uma água. E me dirigi até a cadeira que me ofereceram.
– Vou usar um produto bem natural, explicou a cabeleireira. Vejo que para a sua cor de pele, o ideal será um castanho claro.
– Ótimo, muito preto aza de craúna não quero. Ela riu um pouco e iniciou os trabalhos. Enquanto avançava no processo, fiquei lembrando de um outro amigo que havia pintado os cabelos. Ele também teve uma história muito interessante. Tinha os cabelos completamente brancos e resolveu pintá-los, ficou com vergonha de ir a um salão de beleza e procurou o seu barbeiro com quem sempre cortava os cabelos. Após combinarem o dia que deveria ser de pouco movimento em função da exceção do serviço, tanto para o cliente como para o profissional. No dia tão esperado e na hora marcada iniciou-se a aplicação do produto. Após a fixação, lavagem e secagem, quando ele olhou para o espelho os cabelos estavam azul piscina.
– Que diabos você fez com meu cabelo? Pulou da cadeira apavorado. E agora como fica? Se movimentava na sala do barbeiro, com o pano de proteção amarrado ao pescoço, olhando toda hora para o espelho e alternando para o barbeiro, que naquele momento, encontrava-se acuado no canto da sala com a face branca de tanta preocupação.
– Calma Dr., tentava acalmá-lo, não sei o que houve. Usei o produto recomendado e deu nisso. Calma que vamos resolver. Sente na cadeira que usaremos uma cor mais forte, acho que o castanho claro não deu certo. Já suado de tanto falar e reclamar do barbeiro, meu amigo agitadamente sentava na cadeira.
– Pelo amor de Deus, vamos resolver isso. Não tenho como sair na rua. Como vou trabalhar amanhã ?
– Calma, calma, vamos resolver. Imediatamente ele usa uma tinta preta para tentar minimizar o caso. Ao terminar a nova lavagem, ainda continuava azulado.
– Realmente seu cabelo tem alguma particularidade que não consegue absolver o produto, o jeito é usar um descolorante.
– Vamos logo com isso. Para que eu inventei? É um castigo de Deus, bem que minha mãe e minha esposa falaram para não fazer isso. Após o uso do descolorante o azul continuava presente, um pouco mais claro.
– E agora. Não faça mais nada, daqui a pouco o meu cabelo cai todo e fico careca. Não, não, nada mais. Veja se consegue um boné para eu sair daqui direto para casa e ficar trancado até voltar ao normal. Meus queridos cabelos brancos! Suspirava ele externando o sofrimento e a raiva ao mesmo tempo. Assim arranjaram um boné e um óculo escuro para ele disfarçadamente sair à rua. Teve que fazer uma quarentena de 20 dias para melhorar o quadro.
Voltando para meu caso, terminou tudo bem e perguntei qual era o produto. Ela me mostrou a caixa e desde então comprou nas farmácias e aplico periodicamente, muito fácil, após 5’estão renovados.
Para finalizar a história, no primeiro dia após a nova versão, encontro com um amigo no hospital que pergunta.
– Pintou os cabelos ?
– Claro, se não estariam brancos iguais aos seus. Achamos graça e tudo continua na rotina, cada qual com sua opção de vida e achando bom como ela é.
Amigos como ficou muito longo essa história, na próxima contarei a experiência de salão de velórios.
Abraço em todos.
Maciel Matias – Médico mastologista, maciel.omatias@gmail.com
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