SAÚDE BUCAL EM PACIENTES ONCOLÓGICOS EM TEMPO DE CORONAVÍRUS –
“Diga ahh! Pense na boca, pense na saúde” foi o tema para o Dia Mundial da Saúde Bucal, comemorado em 20 de março, que a Federação Dentária Internacional denominou para o triênio 2018/2020. Como poderíamos imaginar que logo depois viria uma pandemia e os problemas bucais se tornariam irrelevantes?
Problemas bucais são importantes e a saúde bucal tem que ser preservada sempre, porém uma pandemia a nível mundial nos faz repensar sobre todas as nossas atitudes em relação à saúde geral, ressaltar a importância dos profissionais de saúde que estão na frente de batalha, como médicos, enfermeiros, dentistas, dentre outros. Além de orar por cientistas que estão buscando arduamente uma cura para a Covid-19 – doença que tem deixado a humanidade tão insegura.
Recomenda-se reforçar os cuidados com a higiene oral, escovar os dentes sempre após as refeições, principalmente antes de dormir, cuidar da higiene das crianças e idosos e não esquecer o fio dental. A alimentação é importantíssima. Deve-se evitar os doces e após escovar os dentes higienizar a escova com clorexidina a 0,12%, secando-a com um papel toalha, tendo o cuidado de não deixa-la exposta junto a outras escovas da família.
Dentistas também estão dando a assistência necessária nos hospitais. Pacientes oncológicos que fazem tratamento contra o câncer, não devem interromper seu tratamento de quimioterapia ou radioterapia, a não ser que haja intercorrência clínica. Eles precisam de todo o suporte da equipe multidisciplinar, devido aos efeitos colaterais do tratamento do câncer. A boca é um dos primeiros locais a ser atingido, necessitando assim de cuidados permanentes.
A mucosite é o principal efeito colateral da quimioterapia ou radioterapia de cabeça e pescoço na boca. É definida por uma inflamação que acomete não só a boca, mas também garganta e trato gastrointestinal, causando bastante dor ao paciente o impedindo de falar, se alimentar e deglutir. Além da mucosite, podem ocorrer também as infecções fúngicas (monilíase) e virais (herpes) e o dentista deve estar presente para diagnosticar e tratar quando o paciente estiver hospitalizado.
Os pacientes que se submetem ao transplante de medula óssea também precisam do dentista hospitalar, pois os efeitos colaterais na boca são ainda maiores. Por serem imunossuprimidos requerem um cuidado mais rigoroso na lavagem das mãos, na desinfecção de algum instrumental que vá a boca e a utilização correta do EPI (equipamento de proteção individual). Se o dentista estiver com sintoma gripal não poderá atender.
Toda equipe de saúde deve estar junto aos pacientes nesse momento difícil, fazendo a sua parte, mas tudo passará e voltaremos a sorrir novamente.
Simone Norat Campos – Dentista da Casa Durval Paiva – CRO/RN 1784
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