SAUDOSA RIBEIRA –
Ontem eu precisei ir à Ribeira, resolver umas pendências na Receita Federal. Assunto resolvido, decidí dar uma caminhada por algumas ruas, revendo locais de saudades e bem querer. Passo em frente ao antigo Grande Hotel e me pergunto onde estará o Major Theodorico. Ele que caminhava entre as mesas do restaurante, perguntando se o Filé à Chateaubriand estava gostoso. E me pergunto também onde estará o maestro Paulo, além do velho barbeiro e seus incensos.
Na Tavares de Lira, nada que lembre os velhos e bons tempos. Da Peixada Potengi e suas damas. Do Carneirinho de Ouro. De Salviano Gurgel, sua verve e sua insubstituível gravata borboleta. E num relance pensei no Alfaiate, no Sapateiro e no velho Cais. Ah! O Cais… Já não tem mais nem o mesmo cheiro. Restaram apenas barcos feios e sem velas.
A Rua Frei Miguelinho me é estranha. Todos estão ausentes, e até suas travessas são sem vida. Cadê Dilermando Machado com sua simpatia e paixão pelo América? Onde ele estará? Na Rua Dr Barata, faltam Fagundes, Hydéia, Seu Caboclo, Juvenal, Antônio Seboso, Caú e tantos outros.
Na Rua Chile, cadê seu Galhardo da Tipografia Galhardo? E os cafés no fim da tarde com Magnólia? Onde estão todos?! E a boate Arpege? Onde andará Paulo o eterno garçon da boate?
Tento voltar no tempo e sentir o cheiro da minha Ribeira de outrora, com todos os seus ingredientes insubstituíveis. As mundanas, os travestis, comerciantes, as boates, o Grande Hotel, o cais, seu povo, enfim. Mas, tudo em vão. Definitivamente, se perderam no tempo.
Tempos de nunca mais.
Saudades!
José Alberto Maciel Oliveira – Representante comercial aposentado
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