SE FOSSE ALÁ? –

Na última sexta-feira sentei-me diante da TV, rodeada por caixas de papéis, onde eu separava o que era importante e aquilo que poderia ser descartado. Fazia isso assistindo à abertura das Olimpíadas, soltando alguns “OH” ou “AH” e parando de tempos em tempos para dar mais atenção a um ou outro pedacinho daquele espetáculo.

Demorei a reconhecer Lady Gaga, sempre fantástica!, e achei muito massa ver Celine Dion, sempre perfeita.

Entre essas duas estrelas, em determinado instante olhei a TV e vi uma imagem que me chamou atenção. Primeiro, achei que estava interpretando mal o que via. Parecia-me uma réplica da Santa Ceia. Imediatamente pensei estar errada: qual o significado de brincar com a crença de inúmeras pessoas?

Depois, compreendi que via aquilo que realmente me chocou: uma piada com nossa fé.

Qual a necessidade disso? O que acrescentou ao espetáculo? Lembrei do atentado ao Charlie Hebdo, em 2015, salvo engano, com final trágico e uma comoção mundial de “Je suis Charlie”. Uma caricatura de Maomé levou ao atentado. Uma caricatura, uma tirinha num jornal.

Em Paris!

Também em Paris acontecia, agora em 2024, algo que me incomodou de forma assustadora: nós vimos o desrespeito à nossa crença em rede mundial.

Em uma solenidade que falou tanto em respeito à diversidade, faltou compreender que o respeito serve não só a condições físicas, raças, etnias, gêneros e cores. Sim, tudo isso é fundamental! Serve também  às religiões.

 

 

 

Bárbara Seabra – Cirurgiã-dentista, Escritora e Autora do livro O Diário de uma gordinha

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