SEGUNDA-FEIRA, OITO DE MARÇO –
O oito de março celebrado mundialmente, adotado primeiro na União Soviética que se dissolveu, era considerado um dia de lutas políticas pela melhoria da qualidade de vida da mulher, colocado como bandeiras iniciais a diminuição da jornada de trabalho, pelo salário igual aos dos homens, próprio da fase histórica da revolução industrial, e agora por reivindicações em outros patamares.
O dia internacional da mulher, o oito de março é um dia diferente, para levantar entre as nações e na sociedade a situação da mulher, quanto ao seu posicionamento na família, no mundo trabalho, e em todas as dimensões tais como: na cidadania e na sexualidade da mulher, na educação, na saúde, na religião, e principalmente na participação social e nas decisões políticas.
O Rio Grande do Norte tem muitos ícones em torno da disposição das mulheres para os seus avanços na sociedade, em primeiro lugar se pode ressaltar Nísia Floresta, uma mulher antes do seu tempo, abolicionista, republicana e escritora, que já colocava no século XIX, a questão da mulher na família e na sociedade. Foi educadora, quando a mulher era proibida a educação formal.
Ainda é bom se ressaltar Celina Guimarães, com o primeiro voto feminino, Alzira Soriano, a primeira Prefeita, também a escritora assuense Mirian Coeli, a macaibense Auta de Souza, e Cordélia Sylvia de Mossoró, Diva Cunha professora aposentada e escritora. O motim ou guerra das mulheres que se insurgiram em Mossoró contra o alistamento obrigatório ao Exército que ganharam as ruas.
Na atualidade, a única Governadora de Estado do país, a Professora Fátima Bezerra, que veio do meio popular e recebeu uma votação consagradora e enfrenta os desafios de equilibrar as finanças públicas e da Senadora Zenaide Maia, uma Seridoense de família do campo de Jardim de Piranhas, médica e vem exercendo um mandato com posições firmes e conseguindo legislar com diversas emendas.
Na atualidade deve-se reconhecer o trabalho realizado por algumas mulheres do campo popular, tais como: Tereza Freire que foi Secretária Estadual das Políticas das Mulheres, a promotora aposentada Arméli Brennand fundadora da Associação dos Juristas Potiguares, de Andrea Nogueira da ABMCJ, Rosa Maria que fundou a Federação das Mulheres, Fafá Viana advogada e petroleira, Samara Francione do movimento de economia solidária e cooperativista no âmbito da agricultura familiar, Andrezza Tavares educadora,Ana Carla Ribeiro, advogada e Fátima Torres da CECAFES.
As sindicalistas do campo que enfrentam no cotidiano desafios avassaladores, a exemplo da paraibana Margarida Alves, Maria Auxiliadora, Marta Maria, Adriana Silva, Maria do Céu, Ana Maria, Gabriela Eva, Antônia Silva, Gildênia Freitas, Maria Núbia, Cleoneide Joaquina, Dilcineia Brito, Maria Danielle, Elza Maria, Vânia Moura, Vilani Tavares, Ana Aline, e aproveita-se para citar as saudosas Francisca de Montanhas e Lídia Dantas, mulher negra e advogada da FETARN, vencida pelo câncer.
Neste momento de pandemia, de muita dor pelas mortes causadas pelo coronavírus, que se precisa de muito diálogo entre os gestores, uma questão está permeando a ordem do dia, que diz respeito à violência que se abate contra a mulher na família, tanto em relação à violência física, que todos os dias são denunciados, como também, ao femenicídio que consiste em um homicídio pela condição de mulher, deve ser combatido exemplarmente.
O oito de março, dia de lutas pelas conquistas da inserção social e de afirmação da cidadania, mulheres e homens devem juntos, buscarem uma relação mais harmoniosa, de respeito mútuo, de vivência que celebre a vida, de divisão de tarefas que sejam no caminho de equidade, seja no âmbito família, no trabalho, na administração pública, e em todas as esferas de atividade humana.
Evandro de Oliveira Borges – Advogado