Nunca a segurança da informação foi tão valorizada como de 2020 para cá. Isso porque só depois da pandemia que muitas empresas entenderam o quanto esse pilar é essencial para elas.
O problema é que o número de pessoas para trabalhar com segurança ainda é baixo por causa da falta de mão de obra qualificada. Para se ter ideia do problema, a área apresenta o maior déficit global de talentos, segundo levantamento do Google for Startups.
E olha que os salários são bem altos, podendo chegar a quase R$ 40 mil.
O g1 conversou com profissionais de cibersegurança, executivos de grandes empresas e associações que representam o setor. Com base nestas conversas, a reportagem traz, a seguir, uma série de dicas práticas para quem deseja iniciar ou migrar para o ramo da proteção.
É responsável por gerenciar o setor de segurança de uma empresa e tem como objetivo proteger dados e informações sensíveis. Ele ajuda a blindar de possíveis ataques cibernéticos, mas também pode estabelecer políticas de segurança.
Infosec, cibersegurança, segurança cibernética e cyber security são sinônimos da área. Veja como está o setor:
Marina Ciavatta, profissional de segurança da informação, conta que cibersegurança paga bem e que existe um plano de carreira muito amplo dentro das empresas, ou seja, é difícil ficar estagnado e, assim, o salário também aumenta.
“É uma área que tem muito fluxo de pessoas, então, é comum ver o pessoal migrando de uma empresa para outra em intervalos curtos de tempo. Obviamente, é nessa que o salário sobe”, explica Ciavatta.
Dados da consultoria Robert Half compartilhados com o g1 mostram os profissionais mais procurados e os respectivos salários:
Para um cargo de analista de segurança da informação, que é a porta de entrada para quem quer construir carreira nessa área, a remuneração média está entre R$ 4 mil e R$ 8 mil por mês, segundo o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar).
Como os holofotes para esse universo chegaram há pouco tempo, os cursos de segurança são relativamente novos e ainda existem poucas opções disponíveis no mercado. Ué, então, por onde começar?
Profissionais consultados pelo g1 indicaram alguns hackerspaces (junção de hacker e espaço) gratuitos ou sem fins lucrativos que podem receber e orientar quem está começando. Veja algumas opções:
A pessoa que escolher cibersegurança não necessariamente encontrará vagas apenas em companhias de tecnologia. “Qualquer empresa, de qualquer segmento e tamanho, assim como os órgãos públicos, está precisando de profissional de segurança”, diz Edivaldo Sartor, da Fiap.
As oportunidades também existem em companhias de varejo, comunicação, saúde, educação, alimentos, bebidas e finanças. Mas, segundo a consultoria Robert Half, os segmentos que lideram as contratações são:
E são muitos pilares dentro de cibersegurança para a pessoa escolher trabalhar, mas, para os especialistas, os principais são estes:
Segurança ofensiva (Red Team): esse profissional trabalha em busca de vulnerabilidades de segurança dentro da empresa. A pessoa do Red Team simula invasões, como um cibercriminoso faria, para encontrar falhas e alertar a equipe da área defensiva;
Segurança defensiva (Blue Team): os profissionais dessa área atuam para consertar essas falhas identificadas. Seu objetivo número 1 é fazer com que as empresas não sejam invadidas;
️Governança, risco e compliance (GRC): a pessoa que escolher esse pilar pode estruturar, aplicar e monitorar os processos legais de segurança. É ela, por exemplo, que acompanha se a empresa está seguindo a LGPD. Para quem escolher GRC, estudar direito digital é um diferencial importante.
Popularmente, o profissional da área ofensiva também é conhecido como “hacker do bem” ou “hacker ético”. Só que esses termos são considerados negativos pela comunidade. “Não existe ‘hacker do bem’ e ‘hacker do mal’. O ‘hacker do mal’ é meramente um criminoso”, diz Marina Ciavatta, especialista em conscientização em segurança da informação.
No dia a dia, esse trabalhador pode atuar “colocando a mão na massa”, lidando com possíveis ataques ou identificando problemas.
É uma profissão que trabalha analisando códigos, ou seja, verificando como um vírus se comporta e analisa tipos de ameaças e possíveis consequências. Ao mesmo tempo, ele deve estar sempre em alerta, dizem pessoas do setor.
Mas não é só isso. Também é possível trabalhar liderando equipes de segurança da informação.
O trabalho pode ser feito em modelo híbrido (presencial e home office) ou apenas em home office. Trabalhar isolado, sem contato com outras pessoas, não é comum, mas pode acontecer em casos específicos.
“Pode acontecer de a empresa ‘entregar’ um vírus para uma pessoa e ela ter de se trancar numa sala para focar e descobrir como esse risco se comporta. Esse perfil tem espaço, explica Edivaldo Sartor, professor do curso de graduação em defesa cibernética da Fiap.
Os profissionais também contam que a área é cercada de pressão. Isso porque a responsabilidade em garantir a empresa protegida de ataques cibernéticos e de vazamentos é grande. Por isso, casos de burnout e depressão são cada vez mais recorrentes, segundo eles.
Fonte: G1
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