SEM LUAR E SEM VIOLÃO –
Estamos vivenciando um grande e inimaginável dilema na política nacional com reflexos destrutivos para toda nação. Momento que teve início com a caça às bruxas, mais especificamente com as operações deflagradas pela Polícia Federal, na busca incessante daqueles que, de forma espúria e descabida, fraudaram os cofres públicos sem dó nem piedade.
Dezenas e mais dezenas de operações foram, e continuam sendo, feitas a cada dia que passa. O que se tem observado de forma clara, constante e permanente é o envolvimento em massa dos nossos representantes, seja no Senado da República, na Câmara Federal, nas Assembleias Estaduais e nas Câmaras Municipais. É um momento nunca visto: contagioso e sistêmico.
Diante de tudo isso, ficamos a imaginar: quem ainda está limpo nesse cenário tão obscuro e vergonhoso? Quem pode substituir quem? Presenciamos aqueles que ocupam cargos importantes no governo atual, com maior intensidade nos Ministérios, na Câmara, no Senado chegando a encabeçar as listas dos Procuradores Federais e da Polícia Federal, como responsáveis pelos atos ilícitos que ora tristemente assistimos.
E aí, fazer o que? O próprio Presidente da República tem sido o alvo maior nas investigações da Polícia Federal e do Ministério Público, junto a nossa maior e mais corruptora — a empresa JBS e por último em maracutaia portuária com a empresa Rodrimar.
Ficamos todos pasmos diante desses acontecimentos, procurando encontrar um representante público que tenha o seu nome limpo, não bichado; que não tenha sido citado nas delações premiadas pelos corruptores lapinantes. Na escuridão do fosso, ficamos cegos e sem ter por quem gritar.
Chego a triste conclusão e com o queixume de um velho modinheiro, numa noite sem luar e sem violão: assim não há seresta.
Berilo de Castro – Médico, escritor, membro do IHGRN – [email protected]
Berilo o nosso Brasil politicamente está no fundo do poço,pior que não vejo nomes em quem confiar. Precisa de uma profunda reforma política.