Uma comissão da prefeitura de Natal e da Aeronáutica realizou na manhã dessa segunda-feira (6) uma vistoria na área do Morro do Careca e proximidades, na praia de Ponta Negra. O objetivo é avaliar possíveis causas de um processo erosivo verificado no monumento natural.
A vistoria contou com uma equipe formada por técnicos em geografia, biologia e ecologia e também pela fiscalização ambiental da Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb). Todos percorreram trecho de aproximadamente 5km, desde a base do morro, passando pela praia de Alagamar, seguindo em direção à área militar de acesso restrito, onde fica o ponto de distribuição dos sedimentos, na parte de trás do Morro do Careca. Também foi utilizado um drone.
Cartão postal da capital potiguar, o Morro do Careca é uma duna de 120 metros que faz parte da Zona de Proteção Ambiental 6 (ZPA-6). Trata-se de um bem da União e área militar, e, por isso, tem seu acesso restrito e controlado pelo comando do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) – não é permitida a circulação de pessoas desde 1997.
Os dados coletados após as observações realizadas na vistoria, as fotos e vídeos feitos durante o percurso da trilha, além das imagens áreas captadas pelo drone da fiscalização ambiental vão ajudar na produção de relatório técnico, que busca identificar se existe algum dano ambiental, obstrução, ocupação, ação humana e erosão, com as possíveis medidas necessárias para o controle da situação.
“A partir do início da vistoria foi feito o percurso do sopé da duna do Morro do Careca até chegar ao local da praia de Alagamar, que fica por trás do morro, que é justamente a entrada do sedimento que forma o cordão dunar. Nessa passagem não foi encontrada nenhuma obstrução e nada que evidenciasse alguma descaracterização provocada pelo homem”, relata um dos técnicos da Semurb presentes na vistoria, o pós-doutor em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), José Petronilo da Silva Júnior.
A bióloga e doutora em Ecologia também pela UFRN, Carolina Lisboa, também participou da vistoria e reforçou que o Morro do Careca “é uma paisagem importante a ser preservada na área de Restinga e Mata Atlântica, fundamental para a manutenção da biodiversidade local”.
A vistoria ocorreu após notícia de fato recebida, por meio de vídeo, pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), por intermédio da 45ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente. O material sugeria a existência de processo de erosão no Morro do Careca. Por se tratar de um bem da União, o MPRN solicitou que o fato fosse reportado também ao Ministério Público Federal (MPF). Sendo assim, o Procurador da República, Victor Manuel Mariz, solicitou ao Município a entrega de relatório técnico.
Fonte: G1RN