SERÁ QUE MAQUIAVEL RESOLVERIA? –
Diante desses milhares de problemas que estamos convivendo no mundo e particularmente ainda maiores no nosso país, com a pandemia do corona vírus, o caos na saúde, na economia, na assistência social, na educação e na política, fica difícil prevermos qual será a saída para o Brasil e seu povo.
Revendo a minha biblioteca, para selecionar alguns volumes e doar para a biblioteca do hospital e de uma escola secundário do bairro, encontro o Príncipe, de Nicolau Maquiavel. Folheando algumas de suas páginas e trechos por mim destacados, senti uma relação bem próxima com a nossa política, principalmente com uma grande maioria de políticos.
Nicolau Maquiavel, nasceu e morreu em Florença – Itália (1469/1527), por coincidência em 03 de maio deste ano, fez 551 anos de nascimento. Foi Chanceler no período dos Medici, convivendo com o príncipe Cesar Bórgia, filho do Papa Alexandre VI, um cruel e ambicioso chefe miliciano da Igreja, e provável referência para o seu livro.
O que me chamou mais atenção nessa última leitura foi a relação de seus concelhos com atitudes e comportamentos de muitos políticos nos três poderes de nossa república, parece ser “O Príncipe”, seu livro de cabeceira. Se não vejamos algumas citações:
No Capítulo XVII “De crudelitate et pietate; et an sit melius amari quam timeri, vel e contra” (Da crueldade e da piedade; e se é melhor ser amado que temido)
“Todavia convém ser comedido nas convicções e na ação, sem se deixar tomar pelo medo, procedendo com temperança e humanidade, de modo que a excessiva confiança não o torne incauto nem a desconfiança em excesso o torne intolerável.
Daí nasce uma controvérsia, qual seja: se é melhor ser amado ou temido. Pode-se responder que todos gostariam de ser ambas as coisas; porém, como é difícil conciliá-las, é bem mais seguro ser temido que amado, caso venha a faltar uma das duas”.
Os maus geralmente têm vantagem sobre os bons, por usarem de astúcias, desonestidades, oportunismo e ideias mirabolantes para atingir seus objetivos. Nesses momentos de disputa, os bons têm uma grande fraqueza e desvantagens no combate, que são seus princípios éticos e morais. Surge aquela fatídica frase: Os fins justificam os meios, que não é atribuída a Maquiavel. Algumas atitudes são referidas no livro como concelhos, já bem conhecidos de todos nós: mentir, distorcer os fatos, ameaçar os opositores, usar palavras de efeito para estimular a platéia, tirar o dinheiro dos ricos e dar aos pobres mesmo que retorne com vantagens futuras, usar de charme e palavras de efeito. Maquiavel é conhecido como fundador da política moderna, a política pela política, diferente do pensamento anterior e medieval, preconizado por São Tomaz de Aquino e Aristóteles envolvendo a ética e a política. Estimula a mudança do pensamento Ideal “Aquilo que deve ser” do pensamento Real “Aquilo que é”. Nesse contesto os bons e honesto se dão mau, enquanto os desonestos e corruptos se dão bem, com o uso da pressão psicológica e ideológica, intimidações, ameaça e violência.
Entre os estudiosos de sua obra, A arte da guerra de 1521, Discursos – sobre a primeira década de Tito Livio de 1531, sem dúvida foi O Príncipe de 1532 o mais marcante e até hoje estudado e discutido. As opiniões divergem entre os pesquisadores, uns acham que é incentivo a maldade, a desonestidade e a desvalorização dos princípios éticos, outros veem como um alerta para a sociedade acordar e libertar-se de épocas de corrupção e manejo de uma sociedade alienada em busca de objetivos de interesses escusos e ditatoriais.
No momento em que todo o planeta passa por situações difíceis diante de uma pandemia com graves repercussões na saúde e na economia, vemos diariamente e insistentemente os políticos e governantes se digladiando e estimulando a população a entrar em disputas para preservar os interesses deles, em detrimento de uma população que está sofrendo e morrendo por falta de projetos, programas e recursos. Será que após tantas dificuldades e comprovações de abusos e desonestidades de muitos gestores da nossa política, ainda continuaremos como um estouro de boiada em busca do precipício? Ufa ! Já chega.
Maciel Matias – Médico mastologista, maciel.omatias@gmail.com
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Maciel seu último parágrafo nessa sua escrita crônica sobre título "Será que Maquiavel Resolveria?" É uma reflexão muito pertinente ja feita por alguns, o que nos leva a um certo "desespero" por não encontrar uma resposta coerente com nossas ações no sistema em que nos encontramos. Mas, o importante é fazer algo significante mesmo que seja apenas escrever nossos sentimentos... Parabens! De alguma forma estamos fazendo a história do Brasil para um futuro presente.