A alta do PIB em 2022, puxada pelo setor de serviços, consolida a plena retomada da atividade econômica no Brasil após dois anos de restrições impostas pela pandemia de Covid-19. O ano de 2022 terminou com alta de 2,9%, informou nesta quinta-feira (2) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O turismo é fator determinante deste movimento, pois permitiu a completa recuperação de atividades do setor, severamente prejudicadas pela crise sanitária. São atividades importantes como alojamento, alimentação e recreação.
“Com certeza, o turismo foi um dos destaques de 2022, pois tivemos a reabertura plena da economia”, afirmou a economista Silvia Matos, coordenadora do Monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas.
O mundialmente famoso réveillon carioca trouxe, por fim, um novo pico da ocupação na rede hoteleira em dezembro. O destaque ficou pela mudança no perfil do turista presente na cidade. Segundo a ABIH-RJ, quase dobrou a presença de turistas estrangeiros na comparação com a média histórica.
“Tivemos um réveillon incrível, diferente do habitual. Geralmente tínhamos cerca de 22% de turistas internacionais. Nas olimpíadas, este percentual chegou a 26%. Já neste réveillon chegou a 40%”, destacou o presidente da entidade.
Lopes ressaltou que esta mudança no perfil do turista impacta diretamente no consumo, já que os estrangeiros gastam mais que os brasileiros. “Também surpreendeu o aumento de turistas norte-americanos e europeus, que tiveram presença muito mais marcante que a dos sul-americanos”, enfatizou.
Turistas recuperam totalmente serviço de lavanderias
A retomada do movimento turístico no Rio promoveu plena recuperação também do serviço de lavagens de roupas. A empresária Cláudia Mendes, dona de uma rede de lavanderias na Zona Sul da cidade, diz que, além de retomar o faturamento ao mesmo patamar pré-pandemia, conseguiu investir no negócio.
“Nós estamos numa fase tão boa quanto antes a pandemia, e voltamos a ficar otimistas”, comemora.
Exatamente dois anos antes, em março de 2021, diante da divulgação do PIB de 2020, Cláudia disse ao g1 que vivia “a fase mais difícil” de seu negócio. Com faturamento pela metade e acúmulo de dívidas, ela viu a empresa “100% no vermelho” e temia se tornar inviável sua manutenção. Naquela época, ela já sabia que somente o turismo seria capaz de reestabelecer a saúde financeira da empresa.
A empresária destacou que poderia ter ido além da recuperação plena do negócio em 2022 não fossem as dívidas contratadas para manter a operação das lojas no longo período de faturamento reduzido. Os empréstimos só serão quitados em meados de 2023.
A rede de lavanderias de Cláudia está entre os pequenos negócios que o g1 passou a acompanhar de perto desde março de 2020, quando começou a pandemia. Na primeira entrevista, ela disse ter visto o faturamento cair 70% diante da crise provocada pelo coronavírus.
Ao fazer o balanço destes três anos, a empresária diz que, enfim, recuperou o tapete que lhe foi puxado pela crise sanitária.
“Eu lembro que disse na reportagem que a sensação é que puxaram nosso tapete em 2020. Em 2021, a gente só se endividou. Em 2022, a gente foi só pagando e chegamos ao final conseguindo equilibrar as contas. Começamos 2023 com as contas em dia, só resta quitar os empréstimos para, enfim, voltarmos a ver crescimento”, disse