“SEU JOSIAS”, MEU PAI –
Neste domingo – dia dos Pais – solfejarei baixinho o refrão da música em que Sérgio Bittencourt homenageou o seu Pai, Jacob do Bandolim, que falecera (1972).
“Naquela mesa eles sentavam sempre e me diziam contente o que é viver melhor…; naquela mesa está faltando ELE e a saudade dele está doendo em mim”.
Josias de Oliveira Souza, católico, estatura mediana, humilde por natureza, cabelos lisos bem penteados, voz mansa, simples, solidário “de plantão”.
Tinha o costume de olhar fixo nos olhos de quem apertava a mão. Achava que um aperto de mão fraco e com os olhos desviados era sinal de falta de confiança.
Morreu aos 56 anos, em 1972. Esteve dias internado num navio-escola norte-americano Hope -, ancorado em Natal.
Supersticioso com o número nove ou numeração que desse em “nove fora nada”. Faleceu, por ironia do destino, no dia nove de maio, no apartamento número nove.
Autorizei, em nome da família, a doação da córnea dos seus olhos para transplante no navio Hope.
Exigi nunca saber quem se beneficiou dos olhos dele, nem ser feita qualquer divulgação.
Até hoje, desconheço quem passou a enxergar com os olhos do meu pai.
“Seu Josias” era a simplicidade em pessoa.
Nunca ousou ir além do que cultivar a amizade dos seus clientes, que encomendavam roupa, sob medida na sua Alfaiataria.
Negava-se a pedir empréstimos em bancos, ou favores a governo.
Viveu do trabalho e aposentou-se com um salário mínimo.
Tenho a confiança de que “Seu Josias” está em paz na Eternidade, agora ao lado da esposa, minha mãe, Neuza Lopes e do querido neto, Ney Júnior, já falecidos.
Nas madrugadas continuarei rezando em intenção deles para seguir o princípio bíblico, que diz: “Eu amo aos que me amam, e os que cedo me buscarem, me acharão” (Provérbios 8:17).
Ney Lopes – jornalista, advogado e ex-deputado federal