SEXISTA, EU? –
Ao longo dos séculos, as mulheres já receberam vários títulos, alguns de significado dúbio ou pejorativo, outros, equivocadamente desagradáveis. Entretanto, a luta feminina contra a subordinação masculina rompeu tantas barreiras e ultrapassou tantos obstáculos que atualmente a sua independência acabou por favorecer os dois sexos.
Após a histórica queima de sutiãs, a liberação sexual, a pílula anticoncepcional, a revolução industrial (pasme!) e outros tantos fatos de importante contribuição para a criação da estima feminina, o mercado de trabalho foi alterado para receber as mulheres, ao mesmo tempo que tais alterações favoreceram a entrada do homem em afazeres pouco usuais, para a época, nos quais, hoje, os meninos se destacam com louvor.
A cozinha internacional e as artes decorativas deixaram de ser exclusividade nossa e agora dividimos o palco com excelentes profissionais do sexo masculino.
A mecânica, a literatura, a medicina e tantas outras áreas, além da que circunda o fogão e o tanque de lavar roupa, têm sido regidas com maestria por nós, mulheres.
Deixou de tabu o choro do homem, e a sua vaidade é aplaudida por suas companheiras e comemorada pelas indústrias de cosméticos e moda.
A minha geração não participou de movimentos sexistas, nunca passei por nenhuma situação constrangedora ou desagradável por ser mulher, mas não sou a favor da equivalência dos sexos. Homens e mulheres são iguais perante a lei, a família, o mercado de trabalho, enfim, perante a sociedade em geral. Não devem tentar ser, porém, iguais uns perante os outros. Suas diferenças (sim, elas existem) devem ser respeitadas e aproveitadas no quesito evolução. Suas diferenças são tudo o que faz de uma criatura homem ou mulher. Suas diferenças são, sobretudo, o equilíbrio da raça humana.
Ana Luíza Rabelo Spencer, advogada ([email protected])