SÍNDROME DE DOWN E LEUCEMIA –

O câncer é a segunda causa de morte em crianças e adolescentes, ficando atrás, apenas, das mortes causadas por acidentes e violência. Existem vários tipos de leucemia e a leucemia linfoblástica aguda é a mais comum. Crianças com Síndrome de Down apresentam risco de dez a trinta vezes maior de desenvolver leucemia do que outras crianças em geral. A faixa etária de prevalência é entre o nascimento até os cinco anos de idade. Nos três primeiros anos, a leucemia mieloide é a mais comum, depois dessa idade, aproximadamente 80% são casos de leucemia linfocítica ou linfóide.

Leucemia é o câncer das células sanguíneas, normalmente, os glóbulos brancos. Através de estudos genéticos, relacionados à sequência e alterações sofridas no cromossomo 21 da síndrome de Down, encontram-se explicações, que sugerem a predisposição aumentada às doenças hematológicas neste grupo.

Os pacientes com síndrome de Down merecem uma atenção especializada, mais reforçada da odontologia, por apresentar várias manifestações orais, como mandíbula e cavidade bucal pequena, palato estreito, atraso na erupção dentária, hipotonia muscular em face, bruxismo e problemas relacionados a articulação têmporo mandibular. A protrusão da língua e a respiração bucal frequente, resultam em secura e fissura dos lábios.

Na região das comissuras labiais, podemos observar a presença de queilite angular, devido à dificuldade do indivíduo em fechar a boca. A dentição apresenta anomalias características e a doença periodontal é prevalente. Dentre as anomalias dentais, as mais frequentes referem-se à oligodontia (ausência de um ou mais dentes), microdontia (tamanho anormal do dente), hipodontia (diminuição na quantidade de dentes), fusão e taurodontia (dente longo).

O fluxo salivar de pacientes com síndrome de Down é, em média, 50% menor do que em crianças normais. Esta redução está vinculada, preferencialmente, ao metabolismo da glândula parótida. Além disso, o pH salivar é mais alto. Consequentemente, a capacidade tampão, também é elevada, o que acarreta uma baixa incidência de cárie. Porém, temos que estar atentos para a doença periodontal, pois os pacientes com Down têm maior prevalência do que os pacientes que não tem a síndrome, devido a deficiência na escovação, acarretando a presença do biofilme, cálculo (tártaro) e má oclusão (má posição dos dentes), falta de contato entre os dentes opostos e correspondentes.

Diante de todas essas alterações bucais e dificuldade na higiene, devido a idade, compreensão e os efeitos da quimioterapia na cavidade oral, a assistência odontológica da Casa Durval Paiva oferece um atendimento ambulatorial e hospitalar. O serviço orienta desde a escovação, dieta e, caso necessário, tratamento odontológico com laserterapia para prevenção de mucosite oral (principal efeito colateral da quimioterapia).

 

 

 

 

Simone de Melo Norat Campos – Dentista da Casa Durval Paiva – CRO: 1784

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