SÍNDROME DE DOWN E LEUCEMIA – Simone Norat Campos

 

Crianças com Síndrome de Down apresentam risco de dez a trinta vezes incidência maior de desenvolver leucemia do que outras crianças em geral. A faixa etária de prevalência é entre o nascimento até os cinco anos de idade. Nos três primeiros anos, a leucemia mielóide é a mais comum, depois dos três anos de idade, aproximadamente, 80% são casos de leucemia linfocítica ou linfóide.

Leucemia é o câncer das células sanguíneas, normalmente os glóbulos brancos. Através de estudos genéticos relacionados a sequencia e alterações sofridas no cromossomo 21 da Síndrome de Down encontramos explicações que sugerem a predisposição aumentada às doenças hematológicas nesse grupo.

Os pacientes com Síndrome de Down merecem uma atenção especializada, mais reforçada da odontologia, por apresentarem várias manifestações orais, como: mandíbula e cavidade bucal pequena, palato estreito, língua maior (macroglossia) e língua geográfica. A protrusão da língua e a respiração bucal frequente resultam em secura e fissura dos lábios. Na região das comissuras labiais, podemos observar a presença de queilite angular, devido à dificuldade do indivíduo em fechar a boca. A dentição apresenta anomalias características, e a doença periodontal é prevalente.

Dentre as anomalias dentais, as mais frequentes referem-se à oligodontia, (ausência de um ou mais dentes), microdontia (tamanho anormal do dente), hipodontia, (diminuição na quantidade de dentes, fusão e taurodontia (dente longo).

O fluxo salivar de pacientes com Síndrome de Down é, em média, 50% menor do que em crianças normais. Esta redução está vinculada, preferencialmente, ao metabolismo da glândula parótida. Além disso, o pH salivar é mais alto, assim como, os níveis de sódio, cálcio e bicarbonato. Consequentemente, a capacidade tampão (dente com tamanho normal) também é elevada, o que acarreta uma baixa incidência de cárie. Porém, temos que estar atentos para a doença periodontal, pois os pacientes com Down tem maior prevalência do que os pacientes que não tem a síndrome, devido a deficiência na escovação, acarretando a presença do biofilme, cálculo e maloclusão (má posição dos dentes, falta de contato entre os dentes opostos e correspondentes).

Diante de todas essas alterações bucais e dificuldade na higiene, devido a idade e entendimento, além dos efeitos da quimioterapia na cavidade oral, a assistência odontológica na Casa Durval Paiva oferece o atendimento ambulatorial e hospitalar. O serviço orienta desde a escovação, dieta e, caso precise realizar tratamento odontológico, a laserterapia, para prevenção da mucosite, principal efeito colateral da quimioterapia.

Simone Norat Campos – Dentista – Casa Durval Paiva – CRO/RN 1784

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
Ponto de Vista

Recent Posts

COTAÇÕES DO DIA

DÓLAR COMERCIAL: R$ 6,0750 DÓLAR TURISMO: R$ 6,3070 EURO: R$ 6,2240 LIBRA: R$ 7,4040 PESO…

23 horas ago

Paulinho Freire (União) faz primeira troca no secretariado menos de 15 dias após posse na Prefeitura de Natal

Empossado no último dia 1º de janeiro como prefeito de Natal, Paulinho Freire (União Brasil)…

23 horas ago

Sete pessoas são presas em operação contra facção criminosa no RN

Sete pessoas foram presas nesta terça-feira (14) durante uma operação deflagrada pela Polícia Civil do…

23 horas ago

Mulher morre carbonizada durante incêndio dentro de casa em Mossoró

Uma mulher morreu carbonizada em um incêndio na tarde da segunda-feira (13), por volta das 15h, em Mossoró,…

23 horas ago

Fiscalização de Pix não afetará autônomos, esclarece Receita

O reforço na fiscalização do Pix não afetará a renda dos trabalhadores autônomos, esclareceu a…

23 horas ago

Meta responde AGU e governo discute ações sobre Facebook e Instagram

A gigante da tecnologia Meta – que controla as redes Facebook, Instagram e Whatsapp –…

23 horas ago

This website uses cookies.