Trabalhos continuam no Morro do João Guarda, em Guarujá, nesta quarta-feira (4) — Foto: Paula Paiva Paulo/G1
Trabalhos continuam no Morro do João Guarda, em Guarujá, nesta quarta-feira (4) — Foto: Paula Paiva Paulo/G1

Subiu para 21 o número de mortos após deslizamentos provocados pelo temporal que atingiu a região da Baixada Santista, no litoral de São Paulo. A forte chuva começou na noite de segunda-feira (2) e se seguiu até a madrugada de terça-feira (3). Dentre os mortos, estão dois bombeiros que trabalhavam nas buscas em Guarujá. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ainda há 28 pessoas desaparecidas, e as buscas foram retomadas na manhã desta quarta-feira (4) em Santos, São Vicente e Guarujá.

Veja onde ocorreram as mortes:

  • Guarujá: 17 mortes
  • Santos: 3 mortes
  • São Vicente: 1 morte

A tempestade causou alagamentos em vias públicas, afetou serviços (transporte, educação, fornecimento de água, energia elétrica e telefonia) e fez rodovias serem bloqueadas.

Em um período de 24h, de acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), choveu 320 mm em Guarujá, valor muito acima da média de 263 mm prevista para março. Em Santos, choveu 239 mm, perto da média de 257 mm. Já em São Vicente foram registrados 207 mm de chuva, abaixo da média de 257 mm prevista para o mês todo.

De acordo com a Defesa Civil do Estado de São Paulo, há previsão de chuva fraca em pontos isolados da Baixada Santista nesta quarta-feira, que deve elevar ainda mais os acumulados de chuva na região. Por conta do fato de o solo ter ficado completamente encharcado, o risco de deslizamentos continuou elevado.

Desabrigados e desalojados

De acordo com a Defesa Civil do Estado, até o começo da manhã desta quarta-feira, havia 155 desabrigados em Guarujá, seis em São Vicente e 37 em Santos.Também há 11 desalojados em São Vicente. Em Peruíbe, 65 pessoas deixaram temporariamente suas casas e foram recebidas no Centro Comunitário do Caraminguava.

Doações

As cidades da Baixada Santista estão recebendo doações para as famílias que foram prejudicadas pelo forte temporal. há uma necessidade maior de doações de colchões, travesseiros e roupa de cama para as vítimas do temporal. Também são necessários itens como roupas de banho, alimentos em geral, água e produtos de higiene pessoal.

Há postos de coleta em Santos, São Vicente, Cubatão e Guarujá. Confira os postos aqui.

Governo do Estado

O governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), foi até Santos nesta terça-feira após o temporal e anunciou que o programa aluguel social será disponibilizado para as pessoas desalojadas após o temporal que atingiu a região da Baixada Santista.

O Governo de São Paulo já disponibilizou 15,6 toneladas em materiais de ajuda humanitária para o atendimento às vítimas das chuvas que caíram na Baixada Santista desde a última segunda-feira (2). Com apoio das prefeituras e entidades assistenciais, o Governo do Estado está providenciando a remessa de colchões, cobertores, cestas básicas, água sanitária e água potável aos municípios afetados.

Chuva na Baixada

De acordo com a Defesa Civil do Estado de São Paulo, em 24h choveu mais de 100 mm em todas as nove cidades da Baixada Santista. Foram 300 mm no Guarujá, 222 milímetros em Santos e 187 mm em São Vicente. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o normal esperado para o mês de março no Guarujá são 277 mm – ou seja, já choveu mais que o esperado para o mês na cidade.

O temporal começou na noite de segunda e se estendeu durante toda a madrugada e manhã de terça-feira. Moradores registraram alagamentos e ruas ficaram intransitáveis em toda a Baixada Santista. Passageiros de um ônibus mostraram o rápido aumento do nível da água no interior do veículo. Diversas linhas de ônibus e itinerários foram comprometidos pelo temporal.

Houve quedas de barreira nas rodovias Anchieta, Cônego Domênico Rangoni, Rio-Santos e Guarujá-Bertioga, que fazem a ligação de cidades da Baixada Santista com outras regiões do Estado de São Paulo. A via Anchieta e a rodovia Guarujá-Bertioga estavam totalmente interditadas até a última atualização desta reportagem.

Chuvas no Sudeste

A ausência de variações de temperatura no Oceano Atlântico e o aquecimento global explicam as fortes chuvas que atingiram a região sudeste do Brasil no mês de fevereiro, segundo especialistas consultados.

Já o começo de março as chuvas também seguem castigando a região. Quatro pessoas morreram no Rio de Janeiro e uma no Espírito Santo nesta segunda-feira (2).

Fonte: G1

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