SODOMA E GOMORRA –

Sodoma e Gomorra nas cercanias do Mar Morto, dito Mar Salgado, começam a ser redescobertas, arqueologicamente, na atual Jordânia.

Os pesquisadores encontraram enorme quantidade de peças de cerâmica, em linguagem suméria, que permitem um desvendar daquelas eras. Extraordinárias são as tábuas de Elba, que reunia uma biblioteca com mais de 17.000 tablitas em escrita cuneiforme.

Historiadores, arqueólogos e religiosos digladiam-se frente às realidades incógnitas de priscas eras.

Um mundo buscado há 3.600 anos a.C., donde provém o termo sodomita.

Sodoma recebeu o epíteto de “cidade do pecado”, vinculando-a à homossexualidade e desvarios anômalos da carne, segundo a exegese do texto bíblico, entendimento seguido pela sharia muçulmana. Deus teria punido Sodoma e Gomorra devido à impureza do povo (Judas 1:7), lançando-as ao fogo do Inferno.

Historicamente, sabe-se que essa região era uma fonte inesgotável de betume, dito asfalto com poços de gosma negra, material que era usado pelos egípcios nos processos de mumificação, na calafetação de embarcações, bem como remédios.

Uma das substâncias mais usadas pela humanidade desde a mais remota Antiguidade.

A moeda do intercâmbio era a prata (argentum) e o betume encimava a lista dos preços das mercadorias, razão pela qual Elba, Sodoma e Gomorra foram importantes centros comerciais com liames ao antigo Oriente Médio.

O historiador judeu Flávio Josefo falava nos “lagos de asfalto”. Os helenos descreviam os gases venenosos e os árabes afirmavam que as aves, que sobrevoavam essa região, morriam, subitamente.

Sodomitas e gomorrenses habitavam um verdadeiro lençol petrolífero a céu aberto, a lançar gases e regurgitar betume, que ocasionou uma explosão devastadora com a queda de um meteorito. Análises espectrais de enxofre encontradiço nesses sítios, revigoram a tese de uma explosão monumental com atingimentos inimagináveis, alterando regiões árabes e europeias.

Um cataclisma impensável – verdadeiro caos apocalítico!

Os religiosos transformaram o evento num acontecimento divinizante. Os historiadores, milênios mais milênios, lançaram suas narrativas, enquanto que os arqueólogos, debruçados nos escombros civilizacionais, buscam a verdade até os dias atuais.

Dias atrás, quando da realização da Copa do Mundo no Qatar, registrou-se que o Emir Sheikh Tamim bin Hamad Al-Thani “está sentado sobre o maior lençol de gás do mundo, no Campo de Dukhan”, donde é extraído petróleo, também.

Imaginem se a monumental bacia petrolífera fosse a céu aberto… Uma nova Sodoma!

Em Gênesis (Gen 19:27-28) – o Velho Testamento é pontual, narrando, assim:

“Abraão tendo-se levantado ao amanhecer, veio ao lugar, onde antes tinha estado com o Senhor. E levantando os olhos para Sodoma e Gomorra, e para os países em torno, viu que se elevavam da terra cinzas inflamadas, como fumo, que sai de uma fornalha.

 

 

 

 

José Carlos Gentili – Membro da Academia Internacional da Cultura Portuguesa

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