SOMOS AQUILO QUE NOSSAS EXPERIÊNCIAS FIZERAM DE NÓS… –

“Somos o resultado de nossas vivências” Essa frase tão simples quanto profunda, resume a jornada da construção da nossa identidade. Desde a infância, cada experiência – em casa, na escola, com os amigos – molda quem somos, deixando marcas indeléveis em nossas almas.

As coisas boas nos fortalecem, nos inspiram a ir atrás do que queremos. Elas criam lembranças que alimentam nossa autoestima e confiança. Como se fossem um mapa astral positivo, nos guiando por caminhos mais lúcidos. Mas nem tudo são flores. As dificuldades, as perdas, as decepções… tudo isso também deixa marca. Às vezes, machuca profundamente, nos deixando meio desalentados, atordoados. Essa prosa é sobre como vemos o copo: se meio cheio ou meio vazio, visto que não podemos refutar os aprendizados, e se pensarmos melhor, tudo o que passamos é válido, sim, fato é que não somos os mesmos de ontem, ainda que sejamos quem sempre fomos.

Mesmo que as vivencias tenham grande contribuição no tempero de nossas vidas, nós não somos apenas o resultado delas, isto se pudermos entender as coisas de várias maneiras e reagir de uma forma única. Até porque ninguém é cópia de ninguém, temos o livre-arbítrio, a chance de escolher nosso trajeto, quando virar a esquina ou mudar de rota. Ressignificar o passado é como customizar uma roupa antiga. As marcas do tempo e do uso podem ser transformadas em detalhes únicos, que revelam a nossa história e a nossa evolução. Ao olharmos para nossa caminhada com uma nova perspectiva, podemos atribuir-lhes novos significados e integrá-las de forma harmoniosa à nossa identidade.

A filosofia existencialista, com pensadores como Jean-Paul Sartre, enfatiza a liberdade e a responsabilidade do indivíduo na construção de sua própria existência. Sartre argumentava que “não importa o que fizeram de você, o que importa é o que você faz com o que fizeram de você”. Essa perspectiva nos lembra que, mesmo diante de bagagens difíceis, temos o poder de escolher como reagir e como seguir em frente. No fim das contas, estamos numa eterna construção, desconstrução e reconstrução de quem somos e o que queremos ser. Os experimentos que acumulamos ao longo da vida influenciam, sim, mas não determinam quem somos. Aprendemos com o passado, vivemos o presente e só assim construímos o nosso futuro. Por analogia, seria como uma receita de bolo: tem os ingredientes (as experiências), mas quem decide o sabor/toque final é quem o faz.

Se compreendermos essa dinâmica, teremos a chance de nos tornarmos mais conscientes de nossas escolhas e mais aptos a construir uma vida mais plena e significativa. Ah, não esqueçam, se te derem limões, faça uma deliciosa e gelada limonada, afinal, estamos em pleno verão.

 

 

 

 

 

Flávia Arruda – Pedagoga e escritora, autora dos livros As Esquinas da minha Existência e As Flávias que Habitam em Mim. crô[email protected]

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