Uma startup potiguar venceu um processo de licitação da Petrobras para desenvolver um sistema que deverá controlar parâmetros da água usada em usinar termelétricas com Inteligência Artificial.
A ferramenta deverá ser usada em torres de resfriamento de usinas. O edital faz parte do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobras e foi vencido pela startup Turinga, que vai receber um aporte de R$ 9,7 milhões. O projeto deve ser concluído até junho de 2026.
Segundo a Turinga, a empresa já tem um sistema de monitoramento da água que é utilizado pela Petrobras, mas sem o uso da Inteligência Artificial.
“É uma tecnologia 100% desenvolvida no Rio Grande do Norte que pode ser usada em qualquer setor da indústria que precise monitorar os parâmetros da água, como viveiros de camarão, por exemplo”, explica Rodrigo Souza, sócio da startup.
Na primeira versão, o sistema avalia os parâmetros da água, gera um relatório e, a partir daí, uma pessoa aplica o produto necessário para tratamento, de acordo com as informações coletadas pela ferramenta.
Com a inserção da Inteligência Artificial o processo de monitoramento passará a ser totalmente automatizado. O sistema vai identificar os parâmetros da água, alertar se está bom ou ruim, e liberar a aplicação do produto necessário para tratamento.
“Nesse novo formato o sistema identifica e corrige o problema sem necessidade de intervenção humana”, explica Rodrigo.
O uso nas termelétricas
Dentre os vários sistemas que utilizam esta água, nas usinas, um dos principais é o de resfriamento, que tem função de manter a temperatura dos equipamentos dentro de margens aceitáveis. A água é avaliada em diferentes parâmetros como: ph, condutividade, turbidez, dentre outros.
Segundo a Petrobras, o sistema já se encontra instalado, sem uso da inteligência artificial, em três usinas termelétricas da Petrobras (UTE Três Lagoas, UTE Termorio e UTE Canoas) e está em fase de integração e comissionamento nas UTEs Baixada Fluminense e Ibirité. Na UTE Cubatão encontra-se em fase de instalação.
De acordo com a empresa, o sistema permite um maior controle da qualidade das águas de processo das unidades, o que diminui a taxa de falhas relacionadas a incrustação nos equipamentos, perda de eficiência de condensadores e corrosão.
Para a estatal, o projeto permite o monitoramento contínuo da qualidade da água de processo e diminui a dependência da expertise de contratos de análise de água, além dos custos com manutenções corretivas e com instalação de sistemas convencionais.
“A aplicação da inteligência artificial à solução de monitoramento já instalada permitirá um controle em tempo real e automatizado dos parâmetros de qualidade da água através da dosagem autônoma de produtos químicos no sistema”, informou.
A startup potiguar conta com uma equipe com cientistas e engenheiros que cria soluções no mercado de automação industrial, com crianção de softwares ou fabricação de hardwares.
Fonte: G1RN