Steve Bannon, ex-assessor do ex-presidente Donald Trump, se entregou às autoridades de Nova York na manhã desta quinta-feira (8). Bannon está sendo indiciado por lavagem de dinheiro, conspiração e esquema de fraude.
Ele já havia sido acusado de integrar um grupo que arrecadou US$ 25 milhões para construir um muro na fronteira com o México, quando o ex-estrategista teria embolsado cerca de US$ 1 milhão para arcar com despesas pessoais.
O novo indiciamento ocorre menos de dois anos após Donald Trump ter perdoado Bannon de acusações de fraude federal. O perdão a Bannon foi dado nas horas finais do mandato presidencial de Trump e tem validade apenas em instância federal, portanto não pode anular acusações de nível estadual.
Em julho, a Justiça dos EUA condenou Bannon por desacato à CPI que investiga invasão do Capitólio. Na ocasião, ele foi considerado culpado de duas acusações de contravenção por se recusar a testemunhar ou fornecer documentos ao comitê da Câmara dos Deputados.
A decisão foi tomada por um júri composto por 12 pessoas que levaram menos de três horas para chegar a uma conclusão.
Essa é a primeira condenação de uma pessoa por desacato ao Congresso dos EUA desde 1974 (naquela ocasião, um dos responsáveis pelo escândalo de Watergate foi condenado).
Bannon foi um dos principais estrategistas das eleições vitoriosas de Trump em 2016. Depois disso, ele trabalhou no governo dos EUA como estrategista-chefe, até que, em 2017, ele e Trump se desentenderam.
Além de ser um estrategista de Trump, Bannon também foi um investidor em veículos de imprensa identificados com a direita dos EUA.
Os advogados de defesa argumentam que Bannon é um alvo político. A principal testemunha de acusação, para os defensores de Bannon, é uma pessoa que se identifica com o Partido Democrata e tem motivações políticas, além de ser ligada a um dos promotores.
A principal testemunha de acusação foi Kristin Amerling, uma das principais funcionárias do comitê que testemunhou que Bannon não respeitou os prazos para responder à intimação (feita em setembro de 2021), não tentou adiar o prazo para dar resposta e justificou de forma inválida a sua falta de respostas (ele disse que seria protegido pela confidencialidade à que os presidentes têm direito, alegando que o testemunho dele na CPI iria violar os segredos de Trump).
A promotoria respondeu que Bannon mostrou desdém pela autoridade do Congresso e precisava ser responsabilizado.
Papel de Bannon na invasão
A CPI afirma que Bannon conversou com Trump ao menos duas vezes na véspera do ataque, e que o ex-estrategista também foi a um encontro de planejamento em um hotel na cidade de Washington D.C
No dia 5 de janeiro de 2021, Bannon disse em um podcast que “tudo vai pelos ares amanhã”.
Fonte: G1
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