SUDENE FORTE, NORDESTE MELHOR –
A Sudene de Celso Furtado não existe mais. É fato. Foi um dos momentos importantes de articulação e planejamento. Mas, uma nova Sudene está se consolidando, mais uma vez, como um instrumento imprescindível para o Nordeste melhor. A nossa esperança – que não é pouca – está depositada neste novo contexto.
A Confederação Nacional da Indústria e a Associação Nordeste Forte, que reúne as Federações de Indústrias do Nordeste, estão articuladas na contribuição para uma autarquia mais forte, articuladora de protagonistas, idealizadora de programas e célula estratégia de planejamento regional.
A autarquia, dentre outras prioridades, deve evidenciar maior atuação para que os Fundos financeiros de promoção do desenvolvimento do Nordeste sejam melhor utilizados pelos empreendedores. Aliás, a primeira reação é no sentido de demonstrarmos ao Governo Federal que não pode ocorrer desmobilização de recursos financeiros para projetos de desenvolvimento. De fato, existem outras demandas justas, mas os recursos financeiros para o desenvolvimento fazem parte do que poderíamos chamar “alicerce” da vida social. Ora, se o alicerce não for bem feito, a construção estará comprometida.
Neste sentido, tanto pela Sudene, quanto pela articulação da CNI e Associação Nordeste Forte, insistimos para que sejam revistas as regras que burocratizam o acesso ao crédito e que, realmente, os juros sejam justos. Dorme nos bancos, segundo o Jornal Valor, algo em torno de R$38 bilhões para financiamento de projetos para as regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. O Governo Federal menciona a possibilidade de uso parcial para financiar o ensino superior privado, mas, mesmo considerando a relevância da iniciativa, não é o propósito da constituição dos fundos.
Para o Nordeste, em particular, o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) é um dos principais instrumentos de financiamento da Política Nacional de Desenvolvimento Regional que, em síntese, objetiva contribuir para o desenvolvimento econômico e social da região. É oferta de crédito diferenciado para enfrentar a desigualdade regional. É o meio disponível para financiar atividades econômicas que sejam compatíveis com a vida no semiárido. O processo de elaboração do programa anual passa pelo Conselho Deliberativo da Sudene, fato que, por si, já evidencia a relevância da instituição no que se refere a influenciar o desenvolvimento da região. A autarquia também atua junto ao Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FNDE), recursos utilizados em infraestrutura e em empreendimentos com “grande capacidade germinativa de novos negócios e novas atividades produtivas”.
Assim sendo, pela capacidade de articulação, pelos incentivos fiscais que autoriza, pelos projetos produtivos que aprova ou pelas linhas de atuação dos fundos de financiamento que delibera, a Sudene precisa ser mais forte, encorpada com bons programas, celebrada como estratégica para um Nordeste melhor, a bem do desenvolvimento regional e, em última análise, do progresso do Brasil.
Assim sendo, pela capacidade de articulação, pelos incentivos fiscais que autoriza, pelos projetos produtivos que aprova ou pelas linhas de atuação dos fundos de financiamento que delibera, a Sudene precisa ser mais forte, encorpada com bons programas, celebrada como estratégica para um Nordeste melhor, a bem do desenvolvimento regional e, em última análise, do progresso do Brasil.
Publicado na Tribuna do Norte (15.07.2017)
Amaro Sales de Araújo, Presidente da FIERN e COMPEM/CNI.