O Epsilon Indi Ab, localizado a 12 anos-luz da Terra, e sua estrela, Epsilon Indi A. — Foto: T. Müller (MPIA/HdA) via AP

Cientistas revelaram nessa quarta-feira (24) a descoberta de um planeta com uma órbita extremamente longa, o Epsilon Indi Ab, localizado a 12 anos-luz da Terra.

O exoplaneta (um planeta fora do Sistema Solar) tem aproximadamente o mesmo diâmetro de Júpiter, mas com seis vezes a sua massa. Sua atmosfera também é rica em hidrogênio, como a do nosso gigante gasoso.

Uma grande diferença, porém, é que o Epsilon Indi Ab demora mais de 100 anos, talvez até 250 anos, para dar uma volta completa em torno de sua estrela. Ele também está bem mais longe do seu astro, numa distância cerca de 15 vezes maior do que a Terra está do Sol.

Os cientistas já suspeitavam há muito tempo que um grande planeta orbitava essa estrela. No entanto, ele não era tão massivo nem tão distante do seu astro quanto se imaginava.

Com as novas observações, foi confirmado que o Epsilon Indi Ab realmente orbita a sua estrela Epsilon Indi A, que faz parte de um sistema com três estrelas.

Uma equipe internacional liderada pelo Instituto Max Planck de Astronomia, na Alemanha, coletou as imagens no ano passado e publicou os resultados nesta quarta na revista científica “Nature”.

Os astrônomos conseguiram ver o planeta diretamente ao esconder a luz da estrela com um dispositivo de sombreamento especial do supertelescópio James Webb. Com a luz da estrela bloqueada, o planeta apareceu como um pequeno ponto de luz infravermelha.

O planeta e a estrela têm 3,5 bilhões de anos, 1 bilhão de anos mais jovens que nosso próprio sistema solar, mas ainda assim são considerados antigos e mais brilhantes do que o esperado.

Já a estrela está tão próxima e brilhante de nosso próprio sistema solar que é visível a olho nu no Hemisfério Sul.

“Este é um gigante gasoso sem superfície sólida ou oceanos de água líquida”, disse a astrônoma Elisabeth Matthews à agência Associated Press em um e-mail.

 

É improvável que este sistema solar abrigue mais gigantes gasosos, disse ela, mas pequenos mundos rochosos podem estar à espreita por lá.

Mundos semelhantes a Júpiter podem ajudar os cientistas a entender “como esses planetas evoluem ao longo de escalas de tempo de giga-anos”, disse ela.

Os primeiros planetas fora do nosso sistema solar foram confirmados no início dos anos 1990. A contagem da Nasa, a agência espacial norte americana, agora chega a 5.690 em meados de julho. A grande maioria foi detectada via o método de trânsito, no qual uma diminuição passageira na luz das estrelas, repetida em intervalos regulares, indica um planeta em órbita.

Fonte: G1

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