Ainda sem policiamento nas ruas de Natal, pelo menos 20 homens armados invadiram um supermercado, renderam vigilantes, quebraram vidraças e saquearam várias lojas. O crime aconteceu na madrugada desta sexta-feira (29) no Favorito do conjunto Vale Dourado, na Zona Norte da cidade. Segundo a PM, ninguém foi preso.
No final da tarde desta quinta (28), dois supermercados da rede Super Show também foram alvos de criminosos – um em Cidade Verde, na Zona Sul de Natal, e outro na praia de Pirangi, na região metropolitana da capital potiguar.
Policiais e bombeiros militares estão aquartelados desde o dia 19 em protesto contra o atraso nos salários de novembro e falta de pagamento do 13º. Policiais civis, que também aderiram ao movimento, trabalham em regime de plantão desde o dia 20. As categorias também reivindicam melhores condições de trabalho.
Desde o início da paralisação das polícias, a região metropolitana da capital já registrou mais de 450 crimes de arrombamentos, roubos e furtos. Nos últimos 10 dias, em todo o estado, houve 59 homicídios, segundo o Observatório da Violência Letal Intensional (OBVIO) – instituto que contabiliza crimes contra a vida.
Nesta quinta (28), o Ministério da Justiça confirmou o envio de mais 30 homens da Força Nacional para reforçar o patrulhamento nas ruas do RN. O governador Robinson Faria pediu ainda envio de tropas das Forças Armadas, mas o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que o envio de tropas “será avaliado dia a dia à luz dos dados”.
O próprio governador anunciou nas redes sociais – no dia 21 de dezembro – que o RN receberia R$ 600 milhões do governo federal e divulgou caledário de pagamento dos salários de novembro, dezembro e 13º. Mas o Ministério da Fazenda negou o repasse após recomendação do Ministério Público de Contas. O estado recorreu da decisão administrativamente.
Na terça (26), a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, afirmou que está em estudo no Ministério da Fazenda e no Banco Mundial um plano para ajudar o Rio Grande do Norte. Segundo ela, a ajuda não envolverá recursos da União, mas, sim, um empréstimo do Banco Mundial ao estado.
Fonte: G1RN