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O tendão de Aquiles é utilizado figurativamente como o ponto frágil do ser humano. Isso se deve à mãe de Aquiles que, ao batizá-lo no lago sagrado de Stix, segurou-o pelos calcanhares e ao imergi-lo de cabeça para baixo, todo o seu corpo estava bento, exceto os tornozelos. Durante um combate na guerra de Tróia, uma flecha adversária atingiu-o no tendão calcâneo, pondo-o fora do combate.

O símbolo da medicina é uma serpente enroscada num bastão. Isso se deve à troca da pele da cobra que a torna sempre jovem, representando a saúde. Hermes, ou Mercúrio, o deus mensageiro ou do comércio, tem como ícone duas cobras entrelaçadas num caduceu, com duas asas na sua extremidade superior… nada a ver com a medicina.

A sífilis teve o seu nome originado de um poema de Girolamo Fracastoro, italiano de Verona, onde o personagem principal, Syphilus, estava acometido do morbus gallicus, ou pestilência do amor, por ter blasfemado contra Deus.

A origem daquelas enormes perucas, vistas ainda hoje em tribunais e parlamentos europeus, deve-se à tentativa de disfarçar a queda de cabelos provocada pela sífilis. Por serem chegados a orgias, os papas Alexandre VI, Júlio II e Leão X morreram de sífilis.

Nero, imperador romano, em 59 d.C. matou sua esposa, depois matou a amante e o marido dela, enfim engravidou a própria mãe, Agripina. Depois mandou matar a mãe e abrir o seu ventre para ver de onde havia saído.

A cesariana teve origem numa ordem de Julio César que estabeleceu que, diante da possibilidade de morte da mãe e da criança, durante o trabalho de parto, o médico poderia abrir o ventre da mãe na tentativa de salvar o feto. Muitas vezes se confunde essa história com a de Nero, relatada no parágrafo anterior.

Segundo a mitologia grega o primeiro a nascer de uma cesariana foi Asclépio (o mesmo Esculápio dos romanos), deus da medicina e filho de Apolo com Coronis. Esta, embora prometida ao primo Ísquis, engravidou daquele. A deusa Ártemis, irmã de Ísquis, condena Coronis à pira fatal, mas Apolo intervém e retira o seu filho do ventre materno. Asclépio foi criado pelo centauro Quiron (metade homem, metade cavalo) que lhe ensinou a arte de curar com fitoterápicos. Zeus (o mesmo Júpiter) temendo que ele tornasse os homens imortais, pelos seus conhecimentos médicos, fulminou-o com um raio.

O estetoscópio (stethos tórax, kopos, observação) foi inventado devido à timidez de René Laennec (1781 – 1826) que, ao sentir-se constrangido de auscultar diretamente uma bela donzela, enrolou uma folha de cartolina, deixando uma extremidade mais larga do que a outra. Para sua surpresa o som saiu amplificado. O esfigmomanômetro (tensiômetro, aparelho de pressão) surgiu em 1905, desenvolvido pelo russo Nikolai Korotkoff.

A protetora das mamas femininas e dos mastologistas é Santa Águeda (ou Ágata), siciliana que por recusar as ofertas amorosas de Quinciano, foi queimada viva, tendo antes as mamas amputadas, no ano de 250. Falou para o carrasco:

– Você não tem vergonha de amputar os seios de uma mulher, se você, quando criança, se alimentou nos seios de uma mulher?

O deus grego do casamento é o Hymen e o hymeneu o cântico entoado na solenidade. Foi Vesalius quem denominou a polêmica membrana situada no intróito vaginal de hímen.

Armando Negreiros – Médico e Escritor
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