TAMBORES DE GUERRA E DE PAZ –

Macaíba precisa ser considerada acima dos nomes que postulam a prefeitura e dos partidos. Acompanho, preocupado, a luta sucessória. Já se perdeu muito tempo com divergências e querelas paroquiais. Elas não levam a nada. Apenas alimentam vaidades. O município está empobrecido. A população deve cobrar dos seus agentes políticos propostas concretas e não promessas que resolvam problemas pontuais tais como: o das enchentes, o da saúde pública (Hospital Alfredo Mesquita), empregos, segurança, tráfico de rogas, educação, melhoria de vida das comunidades suburbanas e interioranas, além de outras ações voltadas para a cidadania.

Macaíba atravessa uma quadra atípica e grave de sua vida. Ela precisa de uma liderança que possa reordenar e comandar as ações políticas, governamentais em favor da população. Saí dessa atividade mas não deixo de me afligir como cidadão, eleitor, ex-prefeito, ex-deputado e filho de Macaíba. Onde estão os que arrecadaram votos na última eleição para senador, deputado federal e estadual que não cobram da governadora e do presidente a solução dos problemas? Por que os outros municípios da Grande Natal são atendidos e Macaíba não?

Tempos atrás, encontrei-me casualmente com a governadora e conversamos sobre Macaíba. Abordamos assuntos de natureza administrativa porque me são pertinentes e não os de características eleitorais. Visualizei para a chefe do executivo todas as carências que citei no início. Mas, reconheço que a tarefa não me cabe mais. Entendi que o apreço da governadora se constituiu numa deferência especial em função do meu passado político e por assimilar que o momento exige a participação e o somatório de todos que têm uma parcela de responsabilidade nos destinos de Macaíba.

Escrevo para pedir um momento de reflexão aos meus conterrâneos. E, por extensão, à classe política da terra de antepassados tão notáveis que não precisam ser mencionados. A defasagem no seu crescimento econômico é tão acentuada que qualquer administração convencional não recupera o tempo perdido. As ações governamentais, por isso, devem ser urgentes e estruturais. Nenhum município pode prescindir do apoio do governo do estado e nem este da presidência da república. Não temos recursos extras que possam ativar o desenvolvimento municipal. Daí ser preciso, inadiável, um pacto pelo desenvolvimento de todas as forças políticas e das classes produtoras, além de segmentos da cultura, da educação, da juventude, dos profissionais liberais pela salvação de Macaíba que dorme e geme num berço esplêndido. Comecem a bater os tambores do diálogo e da paz.

(*) Artigo Publicado no livro “INQUIETUDES” – 2004

 

 

 

 

Valério Mesquita – Escritor, Membro da Academia Macaibense de Letras, Academia Norte-Riograndense de letras e do Conselho Estadual de Cultura  e do IHGRN– [email protected]

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