TCHÊ –
Os blogs anunciavam uma enchente no Rio Grande do Sul. O Instagram, aos poucos, mostrava cenas difíceis de acreditar. Revisitei outros momentos marcados na memória: as enchentes em Nova Friburgo – RJ, o rompimento da barragem em Mariana – MG, o desabamento no bairro de Mãe Luiza, aqui em Natal.
Deu um nó na garganta… Mais uma vez?
A gente sofre junto mesmo distante.
Sofremos com a perda do outro, a fome do outro, o medo do outro, a dor do outro. O outro que é tão eu, tão nós.
E, por isso, fazemos do sofrimento dele o nosso.
A situação se mostrou muito mais ampla do que imaginei no primeiro instante. E não deve ser breve, lamento dizer isso. Eu daqui, do meu Rio Grande do Norte, pensava em lá, o nosso Rio Grande do Sul. Como ajudar? O que fazer?
De repente, pipocam locais de arrecadação, contas para doação e, mais uma vez, meu coração se enche de esperança. Podemos ajudar!
Minha turma da faculdade ajudando com roupas, absorventes, sabonetes, água. Olho o WhatsApp e percebo inúmeras pessoas se movimentando. Somos muitos! Somos mais! Podemos ajudar muito! Do nordeste para o sul, com quilômetros nos distanciando, mas com a dor e a esperança nos unindo. Podemos ajudar!
Se você quiser ajudar, o Natal Shopping e o Midway fizeram pontos de arrecadação. A Leroy e a CVC também. A Jolie e a Caffeina, ambas cafeterias em Capim Macio, também estão recebendo doações. O TRE – RN e o TJ – RN também. A arquidiocese de Natal também. E temos outros “também” que estão ajudando se disponibilizando a buscar as doações e levar aos postos principais de transporte!
Um sabonete, cinco reais, um envelope de dipirona, um moletom.
Quando unimos forças, o fardo se torna mais leve.
Temos orgulho do tchê, do oxe e do ok! Porque, no final, todos falamos a mesma língua, a língua da esperança e da união…
Bárbara Seabra – Escritora, Autora de O diário de uma gordinha e Cirurgiã-dentista