Um projeto pioneiro da Fiocruz, no Rio de Janeiro, envolvendo instituições públicas dos três entes federativos, pode ampliar o uso de próteses para a reconstrução de defeitos ósseos no crânio, no Sistema Unico de Saúde.
A iniciativa melhora a qualidade de vida de pacientes com tumores, AVCs, encefalites, hemorragias cerebrais e traumatismos cranianos, que precisaram passar por procedimento de descompressão do crânio.
Mais de 30 pacientes já foram beneficiados com as próteses somente este ano no país, entre civis e também militares feridos por arma de fogo. As próteses são feitas em uma impressora 3D a partir de imagens tomográficas da ferida do paciente.
O projeto multicêntrico e multidisciplinar é realizado por seis instituições federais, uma estadual e uma municipal. Dois hospitais, o da Restauração, da rede estadual em Pernambuco, e o Hospital Municipal Miguel Couto, no Rio, participam do projeto.
O pesquisador da Fiocruz e neurofisiologista Renato Rozental, coordenador da equipe que desenvolveu o projeto, ressalta que a reconstrução do crânio é importante não apenas do ponto de vista estético, social, mas também para a redução de sequelas nesses pacientes.
Segundo Rozental, as cirurgias plásticas de reconstrução do crânio envolvem um alto custo, incluindo a malha de titânio e porcelanato usada atualmente, tornando sua realização no SUS economicamente inviável.
Com a iniciativa, o custo estimado para o procedimento é cerca de 20 vezes menor.
Com base em dados do Datasus, Rozental, estima que sejam necessários cerca de 200 a 300 procedimentos de cranioplastia por ano, para atender a demanda da população no SUS.
Os pesquisadores do projeto agora estão estão definindo um protocolo a ser encaminhado ao Ministério da Saúde, para que seja instalada na Ficoruz, no Rio de Janeiro, uma unidade de impressão 3 D, em escala assistencial.
Inicialmente, ainda em fase de projeto, as próteses são impressas no Centro de Tecnologia e Informação Renato Archer, em Campinas, no interior de São Paulo.
Fonte: Agência Brasil