“As tendências são favoráveis para reabertura econômica, mas é preciso cuidado, A pandemia não acabou”, afirmou a governadora Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT) no início da tarde desta sexta-feira (10), durante entrevista coletiva sobre o combate à pandemia da Covid-19.
De acordo com o governo do estado, a taxa de transmissibilidade já está pouco abaixo de 1 – o que significa que, em média, uma pessoa contaminada pelo coronavírus chega a contaminar, no máximo, mais uma pessoa. Além disso, a ocupação dos leitos de UTI está em 83%, próximo à taxa de 80% determinada em decreto como parâmetro para continuidade do processo de reabertura gradual das atividades econômicas.
A governadora afirmou que não deverá antecipar a reabertura dos comércios da segunda fração da primeira etapa de reabertura, nem a primeira fração da segunda etapa, que estão marcadas para a próxima quarta-feira (15). Ela ainda ressaltou que as empresas precisam seguir as regras estabelecidas pelos decretos estaduais.
“Quem agiu de forma precipitada, desrespeitando as recomendações das autoridades sanitárias e relaxando antes da hora as medidas de prevenção e combate ao Covid-19, teve que voltar atrás, com perdas humanas e econômicas. E nós não queremos que isso ocorra aqui no Rio Grande do Norte. O desejo do governo é o da maioria da população, que deseja voltar às atividades econômicas, religiosas, esportivas, culturais, entre outras. Mas vamos fazer isso com segurança e responsabilidade”, afirmou.
Sobre os decretos de municípios como Natal, Mossoró e Parnamirim – os maiores do estado – que já liberaram parte das atividades econômicas antes do estado, a governadora lembrou que cada cidade tem autonomia para liberar ou suspender o funcionamento dos estabelecimentos durante a pandemia, mas fez um pedido para que as prefeituras seguissem as recomendações governo e do Ministério Público.
Fátima afirmou que, segundo um levantamento do próprio governo, apenas 20 municípios não estão seguindo os decretos estaduais.
“Como cabe aos municípios o cumprimento dessas medidas, de isolamento social, cabe a eles responderem por seus atos e escolhas. Da parte do governo do estado, continuaremos firmes nas nossas decisões com base na ciência, escutando nosso comitê científico, dialogando com os Ministério Públicos, para que a gente possa, em parceria com a sociedade, superar esses tempos difíceis o mais breve possível”, afirmou.
Até esta quinta-feira (9), o Rio Grande do Norte registrou 37.060 casos confirmados de Covid-19 e 1.345 mortes pela doença, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde.
Ainda durante a entrevista coletiva, o secretário de Saúde do Rio Grande do Norte, Cipriano Maia, descartou a possibilidade de realizar testagens em massa no estado. De acordo com ele, não existe condição de se fazer isso em “lugar nenhum do Brasil”. Por outro lado, o estado deverá realizar uma pesquisa de prevalência do coronavírus em parceria com epidemiologistas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
“O projeto está pronto, já foi aprovado pelo comitê de ética, e estamos viabilizando a contratação de uma empresa para auxiliar na pesquisa e garantia dos insumos. É um estudo desenhado para ser uma pesquisa amostral, com extratos populacionais, para buscarmos saber qual proporção da população já teve coronavírus”, explicou.
De acordo com ele, a ideia é que 30 mil amostras sejam coletadas de pessoas de diferentes regiões e extratos sociais. O tipo de exame que será feito ainda está em análise. Para Cipriano, se um baixo percentual da população tiver sido contaminado pelo novo coronavírus, serão necessários ainda mais cuidados, porque isso significará que poucas pessoas já contam com imunização e, portanto, o estado ainda estará sujeito a grandes surtos da Covid-19.
Parte do comércio do Rio Grande do Norte foi aberto ainda no dia primeiro de março, com a entrada em vigor da primeira fração da Fase 1 de reabertura econômica. Na ocasião, foi permitido o funcionamento de atividades de informação, comunicação, agências de publicidade, designs e afins; salões de beleza, barbearias, e lojas até 300 m² de alguns setores, tais como papelarias, bancas de revistas, e livrarias; de climatização, bicicletas e acessórios, vestuário, entre outros.
Na última terça-feira (7), porém, o governo suspendeu a autorização para a segunda fração, que era prevista para a quarta-feira (8). De acordo com o governadora, o motivo foi a taxa de ocupação dos leitos de UTI, que estava acima dos 80% determinados por decreto estadual como parâmetro para a reabertura. O novo prazo estabelecido foi a próxima quarta-feira (15).
Porém, a medida a remarcação da reabertura causou reclamação de empresários e não foi seguida por municípios como Natal, Mossoró e Parnamirim – os maiores do estado – que editaram decretos autorizando a abertura dos estabelecimentos da segunda fração, como restaurantes e bares, além de autorizarem funcionamento de igrejas e templos religiosos.
Fonte: G1RN
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