TERAPIA OCUPACIONAL, OCUPAÇÃO HUMANA, ATIVIDADE E O CÂNCER INFANTOJUVENIL –
Vamos falar de ocupação? Ocupação é sinônimo de emprego, tarefa, trabalho, dentre outros, mas, e quando falamos de ocupação humana e atividade na Terapia Ocupacional, do que estamos tratando exatamente? O uso terapêutico da ocupação e da atividade é considerado como um elemento único e central da prática profissional da Terapia Ocupacional, com propósito em avançar na ocupação como medida terapêutica, descrita como tão necessária para a vida como a comida ou a bebida.
Anteriormente, considerava-se que mentes ou corpos doentes poderiam ser curados pela ocupação. As atividades também tinham um poder terapêutico, onde o fazer tinha o potencial de trazer benefícios para os pacientes atendidos em Terapia Ocupacional. Nessa visão, a partir de uma análise detalhada, é possível indicar a atividade mais adequada para um paciente ou uma determinada população, que venha a fazer sentido na história do sujeito. Não uma ocupação com o objetivo de passar o tempo, mas, como um fazer, a fim de afastar a morbidade, através de papéis ocupacionais produtivos e que oferecem significados para a vida.
É sabido que os resultados da ocupação podem melhorar inclusive a autoconfiança da pessoa. Em se tratando de crianças em tratamento oncológico, visto ser um momento de grandes transformações, existe a possibilidade de muitos fatores da vida sofrerem grandes interferências que podem ser de cunho social, afetivo, cognitivo e até físico.
Na Casa de Apoio Durval Paiva, precisamente no setor de Terapia Ocupacional, a criança ou o adolescente assistido são acompanhados com um olhar profissional voltado para um contexto que viabilize uma ocupação de qualidade em todos os aspectos, considerando a ocupação como uma forma de prevenir, desenvolver e proporcionar prazer e felicidade, influenciando, consequentemente, a saúde e o bem estar.
Assim, para esse público, a principal ocupação é o brincar, os planos de tratamento e atividades propostas são baseadas nesta perspectiva, de forma individual e de acordo com a necessidade de cada um, considerando os desejos, as atividades prazerosas, os papéis sociais que envolvem cada ser e as percepções do que o ambiente espera que eles façam, buscando minimizar fatores negativos e potencializar os positivos.
Diante do quadro oncológico, podem surgir algumas incapacidades que interfiram e criem uma desconexão entre a identidade ocupacional e a competência, desta forma, surge a necessidade de reformular as percepções do sujeito sobre si mesmo. O terapeuta ocupacional tem a tarefa dentro de um olhar globalizado, de redesenhar sua ocupação, reduzindo sua complexidade e aumentando as habilidades do paciente, vendo o outro com inúmeras probabilidades ocupacionais, a partir do seu reconhecimento do enorme potencial da ocupação criativa, significativa e transformadora
Como podemos constatar, tanto o termo atividade como o termo ocupação se referem a um fazer que é capaz de influenciar os processos de saúde, doença e bem estar dos pacientes de forma significativa e que faça sentido na história pessoal e na vida destes.
Lady Kelly Farias da Silva – Terapeuta Ocupacional da Casa Durval Paiva – efito:14295-TO
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