TERCEIRA DOSE

Passados exatos sessenta dias deste a aplicação da segunda dose da vacina Coronavac, eis-me novamente na fila para receber a dose de reforço contra a Covid-19. Não me interessei em saber de qual laboratório nem de qual país se originava a dita: China, Reino Unido, Índia, Estados Unidos, Afeganistão ou da Cochinchina. Por uma simples razão, acredito na ciência e estou atento a tendência mundial de que, sem vacina a vaca vai pro brejo – aplicaram-me a da Pfizer oriunda da Bélgica.

Não pertenço a área médica ou biomédica, mas aprendi que epidemia ou pandemia viral somente se controla ou se erradica com vacina. Aí vem a pergunta: Quem falou isso? A resposta: Ninguém! Baseei-me no exemplo da história contemporânea, no mundo e em nosso próprio país, por inúmeras e bem-sucedidas campanhas de vacinação, para tirar minhas conclusões.

E se não bastasse o exemplo de como se erradicaram as epidemias e pandemias no passado, os posicionamentos presentes de cientistas e de epidemiologistas sérios me serviram de base segura e suficiente para dar o devido crédito às vacinas oferecidas à população.

Partindo do princípio de que tudo em que me amparei para montar o ponto de vista acima seja balela, como explicar a diminuição de casos de contágio e de mortes, aqui e no mundo inteiro, após a vacinação em massa? Não existem justificativas outras para o pior dos cegos, que é aquele que não quer entender o óbvio em razão de radicalismos exacerbados e doentios de diferentes naturezas.

Agora, se por conta de paixões políticas ou notícias falsas, deixarmos gente morrer à míngua ou desassistida ante a teimosia de muitos, outra coisa não é que atos de deplorável desumanidade. Nesta etapa da vacinação, enfrentamos um outro problema decorrente de falta de maiores esclarecimentos médicos de quem tem a obrigação de nos tirar dúvidas e passar tranquilidade: vacinar ou não jovens abaixo de 12 anos de idade.

Basta dizer um SIM ou um Não… E justificar cientificamente. Será que é o certo expormos nossos filhos e netos a tamanho risco de vida?  Caso houvesse escassez ou limitação de vacinas, certamente essa polêmica ocorreria no sentido inverso, com todos desejando vacinar os pirralhos.

Comentando esse assunto com um amigo – amigo da onça –, de mesma idade que a minha, ele gentilmente me falou: Você se propõe a tomar todas essas vacinas porque não tem mais nada a perder! Embora reconhecendo a brincadeira, quis responder que ainda seguraria na alça de seu caixão, mas preferi ficar calado por uma única razão. Não tenho mais idade para fazer inimizades, pois corro também o risco de não ter ninguém que segure na alça do meu próprio caixão.

Que pense ele o que quiser, mas é bom saber que eu nunca amei tanto a vida como agora. Ao ponto de comungar do mesmo pensamento que o meu amigo Oilecran Asous, quando postou no seu story, o texto abaixo:

Sou idoso, sim, não nego nem escondo

essa condição inevitável da existência.

Porém ouço muito falar que a

velhice é uma merda,

mas nunca encontrei alguém

querendo morrer jovem.

E como é bom respirar vida,

mesmo com o ar rarefeito da velhice!

 

 

 

 

 

José Narcelio Marques Sousa – engenheiro civil

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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