O aumento da produção com fontes de energia térmicas e a queda com fontes hídricas é observada em todo o país desde 2012. Mas no Nordeste a mudança é tanta que, desde fevereiro do ano passado, as termelétricas se tornaram as principais produtoras de energia da região, de acordo com os dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), órgão responsável pelo controle do sistema de geração e transmissão de energia no Brasil.
A coordenadora de Desenvolvimento da Indústria de Energia da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE), Laís Maciel, explicou que o nível dos reservatórios do Nordeste hoje (27% na última quinta-feira) é 50% menor do que era em 2011 – quando houve racionamento em todo o país. E antes que o nível desses reservatórios atingisse um estágio crítico, a produção das térmicas foi elevada.
Uma menor afluência nos últimos anos vem reduzindo a geração de energia elétrica na Bacia do Rio São Francisco, implicando no despacho da energia produzida pelas termelétricas, para que não haja uma crise de oferta ou racionamento, explica Laís, que também é coordenadora do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Unifacs.
Só que, segundo ela, a função das termelétricas seria complementar a energia do sistema. E essa troca acaba prejudicando o consumidor final. Elas (as termelétricas) estão gerando energia diuturnamente, e este fato tem elevado o custo da geração, que está sendo repassado ao consumidor através das tarifas, explica.
Com as termelétricas, o consumo de petróleo aumenta e isso faz com que o preço do kW esteja subindo rapidamente. Está se usando hidrocarbonetos para gerar energia, que antes era só abrir a torneira. Chega um momento que não tem como abafar o custo.