Um terremoto de magnitude 5,4 atingiu os arredores de Lisboa, em Portugal, nessa segunda-feira (26), mas essa não foi a primeira vez que um tremor de terra foi destaque no país. Em 1755, um terremoto em Portugal foi tão forte provocou um tsunami na costa brasileira. Até hoje, esse terremoto é considerado um dos piores do mundo. Entenda abaixo como o fenômeno teve consequências no Brasil.
Em 1° de novembro do ano de 1755, a cidade de Lisboa foi destruída por um terremoto devastador, seguido de um maremoto. A escala Ritcher, que mede a magnitude dos terremotos, só foi criada em 1930. Mas a estimativa é que esse tremor teria uma magnitude de 8,8 a 9,1 se fosse encaixada nessa escala moderna.
Na ocasião, o tremor foi seguido de um tsunami e um incêndio que se espalhou pela capital portuguesa e durou seis dias. Segundo os registros que se tem da época, entre 20 mil e 100 mil pessoas morreram.
As ondas do tsunami provocado pelo terremoto chegaram até a costa brasileira. No Brasil, essas ondas chegaram a 1,90m de altura e inundaram áreas a até 4km da costa. Os impactos foram mais sentidos entre as regiões hoje conhecidas como Paraíba e Pernambuco, mas há relatos de efeitos até no Rio de Janeiro.
Esses dados foram estudados por pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), liderados pelo professor Francisco Dourado do Centro de Pesquisas e Estudos sobre Desastres (CEPEDES), em parceria com pesquisadores portugueses.
Eles começaram a estudar o acontecimento em 2015, com o levantamento histórico do professor Alberto Veloso, da Universidade de Brasília (UnB), em seu livro “Tremeu a Europa e o Brasil também”. Na publicação, ele apresenta evidências, através de documentos históricos, da chegada da onda no Brasil gerada pelo terremoto de 1° de Novembro de 1755 em Lisboa.
As evidências geológicas mostram sedimentos – como marcas nos grãos, elementos químicos, foraminiferos – depositados na costa do Nordeste com características diferentes de um depósito formado por uma tempestade ou uma ressaca.
“No material coletado, a gente vê elementos químicos que não eram pra ser encontrados ali. Eram pra ser encontrados em regiões com mais profundidade. Ou seja, algo trouxe aqueles elementos até ali. Da mesma forma, há vestígios de micro animais que não deveriam ser encontrados na praia”, explica o pesquisador.
Conforme os pesquisadores, o registro histórico é de ondas em Lucena, na Paraíba, e na Ilha de Itamaracá e Tamandaré, em Pernambuco. Porém, as evidências geológicas também foram descobertas em Pitimbu, mais precisamente na praia de Pontinhas, na divisa com Pernambuco. Relatos também chegam até a Bahia e ao Rio de Janeiro, no sudeste do país.
A pesquisa percorreu 270 quilômetros de trabalho de campo em 22 praias entre o Rio Grande do Norte e o sul de Pernambuco, com quatro pontos de coleta de amostras.
Além dos dois professores brasileiros e de Ana Cezario, mestranda brasileira, também participam da pesquisa os pesquisadores portugueses Pedro Costa, Maria Ana Baptista, Rachid Omira e Francisco Fatela.
Na região da praia de Lucena, na Paraíba, as ondas variaram entre 1,7 e 1,8m de altura. Na região de Pitimbu, a altura das ondas ficou entre 1,1 e 1,5m.
Já na região pernambucana de Tamandaré, as ondas variaram entre 1,8 e 1,9 m. As ondas não chegaram muito altas, mas o volume de água foi grande.
O especialista explica que apesar de altura parecida com as ondas “normais”, tipo as ondas de surfe, as ondas de tsunami têm um comprimento de onda muito longo, atingindo centenas de quilômetros.
“As ondas ‘normais’ ‘quebram’ a cada alguns segundos, ou seja, quebram 2, 3, 4 vezes a cada minutos. As ondas de tsunami, formam paredões de água que ‘elevam’ o nível do mar por alguns minutos, causando uma onda de inundação que destrói tudo pela frente”, disse.
As ondas inundavam até 4 quilômetros distantes da linha de costa, principalmente em locais com influência de rios, nas proximidades da Ilha de Itamaracá (PE). Em Tamandaré, a inundação foi de até 800 metros. Já em Lucena foi de aproximadamente 300 metros.
Conforme a pesquisa, não é possível saber qual a magnitude do terremoto que aconteceu naquela época em Lisboa, mas certamente foi algo entre 8,8 e 9,1 Richter, segundo Francisco Dourado.
No Brasil, em uma carta de 4 de março de 1756 encontrada pelos pesquisadores para um destinatário desconhecido, é relatado uma “inundação de terremoto” em Lucena, na Paraíba, e Tamandaré, na Pernambuco, que inundaram cerca de 5 km no interior destruindo casas e fazendo desaparecer um homem e uma mulher.
Em outro documento, datado de 28 de fevereiro de 1756, de Luis Diogo Lobo da Silva, governador de Pernambuco, a Diogo de Mendonça, secretário ultramarino da coroa portuguesa, relata uma inundação em Itamaracá e Tamandaré, em 1º de novembro de 1755, que destruiu as casas dos pescadores nas praias.
Segundo Francisco Dourado, existe possibilidade de outro grande tremor em Portugal ter repercussões no Brasil novamente.
“É só acontecer um terremoto com as mesmas características que o que ocorreu [em 1755]. Porém, as perdas e danos serão muito, muito maiores”, disse.
Os tsunamis são definidos como ondas de longo comprimento. Isso significa que uma onda de tsunami tem centenas de quilômetros de comprimento.
Fonte: G1RN
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