TODO MUNDO QUER SER SÃO FRANCISCO, NINGUÉM QUER SER SÃO JOSÉ –
Analisando as relações humanas de hoje, foi essa a conclusão a que cheguei. Todo mundo quer ser bom, caridoso, pacifista, ecologista… às custas do outro.
Ajudar na arrecadação e distribuição de produtos para os desabrigados do último grande desastre? Sair no Jornal Nacional? Vamos!! Com certeza dá para dar uma de bonzinho e ainda lucrar em cima dos que são realmente caridosos (e anônimos). Doar seu tempo e boa vontade… Pode! Não pode é trabalhar sem dar nenhuma “tilada”. A honestidade fica relativa do ponto de vista dessas pessoas. O trabalho voluntário torna-se remunerado. A violência deve ser sobrepujada!! Justiça com as próprias mãos é uma coisa vil e primitiva, desde que seu filho, sua filha, sua mulher ou mãe não sofram um ataque gratuito por um ladrão, sequestrador ou estuprador. Lutar pela preservação da natureza, das matas? Pode!! Desde que o ativista não tenha nenhum pezinho de pau-brasil, nenhuma tirinha de mangue cuja remoção seja necessária para o sustento de sua família.
Pois é, São Francisco, que se despojou de todos os bens (de seu pai) e ficou com a glória da caridade, todo mundo quer ser, agora São José, que trabalhou a vida inteira para sustentar e amar um filho que todo mundo sabia que não era seu… ninguém quer ser.
Ana Luíza Rabelo Spencer, advogada ([email protected])