Torcedores do América-RN atacaram com pedras o ônibus e invadiram o hotel onde estavam os jogadores do Campinense, após o duelo entre as equipes nesse sábado (9) na Arena das Dunas, pela Série D. Vídeos amadores gravados do lado de fora e de dentro do hotel, que fica próximo ao estádio, em Natal, registraram a confusão.

O jogo terminou empatado por 0 a 0 e as equipes voltam a se enfrentar no próximo sábado (16) em duelo que vale vaga na Série C.

Nos vídeos, é possível ver pelo menos três torcedores do América-RN arremessando pedras em direção ao ônibus em que os jogadores do Campinense viajaram e que estava estacionado em frente ao hotel, além de jogarem também nas janelas do prédio.

Os vídeos também mostram o momento em que os torcedores invadiram o saguão do hotel e entraram em confronto com os jogadores do Campinense.

A Polícia Militar do Rio Grande do Norte confirmou que efetuou a prisão e conduziu alguns dos torcedores para a Central de Flagrantes, onde foi registrada a ocorrência.

O Campinense informou que os jogadores jantaram no hotel após a partida e os ataques aconteceram no momento em que a delegação se dirigia ao ônibus para retornar a Campina Grande (PB), cidade do clube. Segundo o clube, jogadores e comissão inicialmente recuaram, mas os torcedores insistiram no ataque e houve revide da delegação.

O que dizem os clubes

Em nota, o América-RN manifestou “seu total repúdio aos atos de violência e vandalismo”. O clube disse que entende “que toda e qualquer rivalidade deve ter como limite o campo de jogo e que fora dele o respeito e a civilidade precisam imperar para segurança de todos e o bem da sociedade”.

“Práticas como esta, de atentado contra a integridade física das pessoas, causando imensos prejuízos, além de estarem em completo desalinho às normas e valores desta instituição, construídos ao longo de uma trajetória de 106 anos, também são criminosas e não têm espaço no futebol e nem na sociedade civil”, escreveu em nota o América-RN.

O clube disse se solidarizar com toda delegação do Campinense-PB e lamentou as ocorrências “que não representam a forma pacífica e hospitaleira do povo potiguar”.

O Campinense também emitiu uma nota de repúdio pelas agressões sofridas pelo elenco. “Na saída para o ônibus, nossos jogadores foram surpreendidos com o ônibus apedrejado e alguns membros de uma organizada da equipe potiguar com pedras e garrafas de vidro nas mãos, para agredir nossa delegação”.

O Campinense diz que a diretoria conseguiu chamar a polícia, que conduziu um dos agressores até a Central de Polícia, onde foi registrada a ocorrência.

“Reafirmamos nosso compromisso com a segurança e a integridade de todos os nossos jogadores e colaboradores, por isso, ainda iremos tomar outras medidas cabíveis sobre o ocorrido”, escreveu em nota o clube.

O que dizem as federações

A Federação Norte-Rio-Grandense de Futebol (FNF) também emitiu uma nota de repúdio “em relação aos atos praticados por marginais travestidos de torcedores”.

“É lamentável que pessoas assim ainda façam parte do universo do futebol, cometendo atos criminosos, manchando o nome de instituições centenárias e do próprio esporte”, disse a nota.

A FNF disse que já entrou em contato com o Ministério Público e “irá formalizar requerimento para que todas medidas necessárias sejam adotadas para que os autores de tais atos sejam identificados e exemplarmente punidos, de forma dura e efetiva, dentro do que estabelece a legislação penal e o Estatuto do Torcedor”.

A FNF se solidarizou com o Campinense e “pedimos desculpas, em nome dos torcedores de bem do Rio Grande do Norte, que são a imensa maioria e que também repudiam atos covardes e criminosos como os praticados por essa minoria de vândalos infiltrados em meio as torcidas”.

A Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (FENAPAF) também manifestou “irrestrita solidariedade à delegação” do Campinense. “Causa asco e incredulidade as absurdas agressões desferidas por marginais que de nada tem de torcedores”, cita a nota.

“É preciso punir esses criminosos e a violência por eles gerada, que afronta os direitos universais e gera ao nosso futebol uma vergonha mundial”, reforça a nota. A federação diz ainda que vai exigir respostas e “não esperaremos alguém morrer para que só então algo seja feito”.

Fonte: G1RN

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