TRÊS HOMENS: CÉTICO, CALADO E ALEGRE – Alberto Rostand Lanverly

TRÊS HOMENS: CÉTICO, CALADO E ALEGRE –

Outro dia, fui a uma das lojas próximas ao Mercado da Produção em Maceió, desenvolver mais uma das inúmeras perícias judiciais, às quais, como representante do Juiz, tenho dedicado muito de minha força de trabalho, desde quando encerrei as atividades como docente da Universidade Federal de Alagoas.

Analisando os presentes, distingui três tipos de personagens: um homem cético, a cada palavra pronunciada parecendo “cuspir ironia e pessimismo”, outro calado, somente escutando sem emitir opinião, (mais parecendo um boneco de ventríloquo, sentado sobre o joelho), mas articulando palavras repletas de coerência e apoiado nas duas pernas, finalmente, uma personalidade alegre, ali tomando seu desjejum e facilmente deixando transparecer a natureza como a imagem e semelhança de Deus.

Seguindo meus pensamentos, constatei ser a vida durona, embora sapiente e nossa principal escola: Verdadeiro aprendizado, levando-me, cotidianamente, a relembrar memorável frase de um de meus professores Marista, quando ensinava: “meus alunos, se tiverem amigos escrevam seus nomes com lápis, conservando sempre uma borracha ao lado para, se necessário, usá-la, principalmente nos momentos de dificuldade”.

Os minutos passaram e chegou a hora de iniciar meu trabalho, cumprido em pouco mais de sessenta minutos. Tempo curto, embora suficiente para vivenciar um verdadeiro aprendizado, pois, como representante do Magistrado, cabia-me ouvir as partes para, posteriormente, elaborar o laudo técnico capaz de subsidiar sua decisão final, absolvendo ou condenando. Cada interrogado expressara sua verdade que, diga-se de passagem, foram diametralmente opostas.

Saindo daquela Casa não esqueci as três criaturas, que, tenho certeza, nem perceberem minha presença. Todavia, ousei imaginar ser assim a vida: cheia de ciclos, com uns terminando onde outros começam estando nós, aqui, para aprender. Eu próprio, apesar de me considerar um otimista, ouso acreditar estar ainda muito longe o dia em que vivenciaremos um Brasil regenerado, com homens de bem enfeitando nossa comunidade, assim como os coqueiros de nosso litoral o embelezam.

 

 

 

Alberto Rostand Lanverly – Presidente da Academia Alagoana de Letras

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores
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