A Ucrânia intensificou esforço para retomar o sul do país, atualmente controlado pelos russos, ao tentar bombardear e isolar tropas russas em áreas de difícil reabastecimento, mas disse que viu evidências de que Moscou estava redistribuindo suas forças para defender o território.
A região de Kherson, no sul da Ucrânia, que faz fronteira com a Crimeia, anexada pela Rússia, caiu nas mãos das forças russas logo após o início do que Moscou chama de “operação militar especial”, em 24 de fevereiro.
A Ucrânia, que descreve as ações da Rússia como uma guerra de conquista ao estilo imperialista, disse nesta quinta-feira que seus aviões atingiram cinco fortificações russas ao redor da cidade de Kherson e outra cidade na área.
A inteligência militar britânica, que ajuda a Ucrânia, afirmou que é provável que as forças ucranianas também tenham estabelecido uma ponte ao sul de um rio que corre ao longo da fronteira norte da região de Kherson.
“A contraofensiva da Ucrânia em Kherson está ganhando força”, disse em comunicado.
A Ucrânia retomou alguns pequenos assentamentos no norte da região nas últimas semanas, enquanto tenta empurrar as forças russas de volta, um potencial prelúdio para o que Kiev classificou como uma grande contraofensiva para retomar o sul.
A Rússia disse não se incomodar com os esforços da Ucrânia. O Ministério da Defesa russo afirmou que seus aviões atacaram uma brigada de infantaria ucraniana no extremo norte da região de Kherson e mataram mais de 130 soldados nas últimas 24 horas.
Kirill Stremousov, vice-chefe da administração militar-civil indicada pela Rússia para comandar a região de Kherson, também rejeitou as avaliações ocidentais e ucranianas da situação.
“A declaração do (presidente ucraniano Volodymyr) Zelenskiy de que a região de Kherson será libertada em três a seis semanas é uma mentira. Todas essas contraofensivas que resultam em um grande número de baixas ucranianas não estão dando em nada”, disse Stremousov à agência de notícias russa RIA, na quarta-feira.
A Ucrânia usou sistemas de mísseis de longo alcance fornecidos pelo Ocidente para danificar gravemente três pontes sobre o rio Dnipro nas últimas semanas, tornando mais difícil para a Rússia abastecer suas forças na margem ocidental.
A inteligência britânica disse que a estratégia estava começando a isolar as forças russas na região de Kherson.
“O 49º Exército da Rússia, estacionado na margem oeste do rio Dnipro, agora parece altamente vulnerável”, disse em um boletim de inteligência.
A cidade de Kherson estava agora praticamente isolada dos outros territórios ocupados pela Rússia.
“Sua perda prejudicaria severamente as tentativas da Rússia de pintar a ocupação como um sucesso”, afirmou.
Fonte: Agência Brasil