UM ANO DE GUERRA NA UCRÂNIA –
Esta sexta feira, 24, marca o aniversário de um ano da guerra na Ucrânia, o maior conflito na Europa, desde o fim da Segunda Guerra.
Ontem, 23, o Brasil deu demonstração de defesa da soberania na Ucrânia, por ter sido o único integrante dos Brics a apoiar resolução que condena a invasão russa.
BRICs é um agrupamento econômico, atualmente composto por cinco países: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A posição brasileira segue a tradição da diplomacia do país: neutralidade.
China, Índia e África do Sul optaram pela abstenção, e não condenaram a Rússia, que é o outro membro do grupo.
O Brasil adota um discurso de defesa de negociações para um cessar-fogo, através da interrupção dos confrontos armados pela via do diálogo entre Moscou e Kiev.
A invasão, que completa um ano, sepultou de vez a ordem global do pós-Guerra Fria, que assistiu à hegemonia ocidental liderada pelos EUA.
O mundo passa por uma transformação geopolítica incerta, em relação ao desfecho do conflito.
Na verdade, fracassou a visão imperial da Rússia de refazer as suas fronteiras do passado. Putin sofre desgaste interno, mas não abala a sua posição no governo.
O Ocidente está mais unido do que nunca, na defesa da Ucrânia.
Visões ocidentais convergem.
Concordam que a guerra tem de continuar até a desocupação dos 20% da Ucrânia ora com soldados russos 44% dos britânicos, 38% dos europeus e 34% dos americanos. Veem a Rússia como adversária 65% no Reino Unido, 55% nos EUA e 54% no grupo da Europa.
Os chineses aumentaram em quase 50% a importação de produtos russos.
Dessa forma, os chineses se transformaram em um dos principais atores da sobrevivência externa da economia russa, submetida a um regime nunca antes visto de sanções econômicas lideradas pelo Ocidente.
Entretanto, em 2022 a Rússia viu uma queda do PIB de 2,1%.
Mas há sinais de alerta, como o déficit fiscal recorde do país em janeiro deste ano.
Infelizmente, os prognósticos de término da guerra são pessimistas.
Há quem diga que as coisas ainda vão piorar muito antes de poder melhorar. Enquanto isso, um incógnito mundo vai sendo moldado pela guerra.
Na verdade, está impossível de prever o futuro do planeta.
Ney Lopes – jornalista, advogado, ex-deputado federal; ex-presidente do Parlamento Latino-Americano, procurador federal – nl@neylopes.com.br
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