UM MOMENTO DE REFLEXÃO –

Gilmar Ferreira Mendes, 63 anos, natural de Diamantino/MT – Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Gilmar Mendes cursou direito na Universidade de Brasília, graduando-se no ano de 1978. Logo, iniciou o curso de mestrado, concluído em 1987.

Viajou para Alemanha, onde fez novo mestrado e doutorou-se pela Universidade de Munster,  ambos sob a orientação e coordenação do professor Hans-Uwe Erichsen, reitor da instituição.

Retornando ao Brasil, ocupou e atuou como Procurador da República (1985-1988); adjunto da subsecretaria geral da Presidência da República (1990-1991); consultor-jurídico da Secretaria Geral da Presidência da República (1991-1992); assessor técnico na relatoria da revisão constitucional na Câmara dos Deputados (1993-1994); assessor técnico do Ministério da Justiça (1995-1996); subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil (1996-2000) e advogado-geral da União (2000-2002).

Em 2002, foi nomeado para o STF pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Em 2008, foi empossado presidente da Suprema Corte para o biênio 2008-2010.

Gilmar Mendes tem cerca de 10 livros publicados sobre direito constitucional e constitucionalidade. Recebeu, no ano de 2008, o prêmio Jabuti com o livro “Curso de Direito Constitucional” e, em 2014, como coordenador do livro “Comentários à Constituição do Brasil”, recebeu o  segundo lugar na categoria Direito.

Feito esse  breve anúncio e conhecendo  o seu recheado currículo, fico a pensar: como um doutor magistrado do mais  alto nível jurídico do país tem sido tão duramente criticado e crucificado nos seus julgamentos?

Desde que se deflagrou no país as operações em busca de corruptos  e corruptores pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, iniciada com  o Mensalão e  continuada até os dias atuais com a Operação Lava Jato, não  pararam  mais os julgamentos daqueles que fraudaram e surrupiaram os cofres da nação: homens públicos e larápios empreiteiros.

Os órgãos de investigações, federais, estaduais e municipais, nunca trabalharam  tanto; todos  os dias surgem mais e mais nomes de envolvidos. A delação premiada veio com força, nos fazendo conhecedores de muita lama podre e de muita ladroíce escondidas na escuridão da corrupção.

Os apontados e culpados vão para julgamentos, passando de instância à instância jurídica, finalmente  chegando à  corte maior, o Supremo Tribunal Federal (STF), composto por onze membros (o presidente e dez ministros), entre eles o ministro Gilmar Mendes.

Começa aí a grande e turbulenta questão de como julgar corretamente os processos. As pautas e as discussões são puramente constitucionais. Todos estudam, analisam, se concentram num ritual de muita sabedoria e capacidade jurídica. Em caso de empate, o julgamento é decidido com o voto de Minerva proferido pelo presidente da Corte.

O país tem acompanhado e vivenciado todas as discussões e votações. Por várias vezes o ministro Gilmar Mendes, baseado puramente em  teses constitucionais, têm libertado muitos daqueles que são encaminhados  para a cadeia. O que tem  levado a  indignação e revolta da  população.

Agora faço uma reflexão e pergunto: como o eminente ministro nas suas teses, nos seus conhecimentos, na sua vasta experiência jurídica consegue êxito? A resposta é  compreensível: o ministro com sua sapiência enxerga e visualiza muito bem as brechas, os  viéis que as leis lhes conferem e lhes autoriza usar. Caso  contrário, não seria contemplado com seus argumentos jurídicos em suas defesas e não alcançaria êxito nas suas decisões perante a Corte Superior.

Um exemplo que merece registro foi por ocasião da decisão no processo que julgava a inconstitucionalidade da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quando houve um empate de 3 a 3, e que foi  decidido em favor da chapa Dilma-Temer pelo voto de Minerva proferido pelo ministro presidente da Suprema Corte Eleitoral — Gilmar Mendes . O empate no escorre do julgamento, mostrou que realmente houve argumentos jurídicos que justificaram os votos.

Conclusão dos fatos: se o ministro consegue a liberdade de alguém em um  julgamento ou se usa o voto de Minerva, beneficiando alguém, é porque encontrou pelo seu conhecimento, pela  sua experiência e pelo seu real convencimento respaldo e segurança na Carta Maior do país – a Constituição Federal.

Ninguém está acima da lei. Vale a pena refletir e analisar!

Fica  a pergunta: Quem está correto, o Ministro Gilmar Mendes, com as suas convicções jurídicas constitucionais ou estão omissos ou não  se encontram a altura  para descurtir e  destituir suas teses defensivas, que tanto tem causado perplexidade diante da opinião pública?

 

Berilo de Castro – Escritor

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Uma resposta

  1. Berilo no meu entender uma bagagem dessa e experiência vivida. Sem nenhum Magistrado reverter apesar de não gostar como leigo de suas atitudes o que existe são as brechas jurídica existentes. Cabe o execultor não deixar as brechas ou modificar as leis. Parabéns pelo comentário,confesso que não tinha estas informações.

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