As necessidades dos seres humanos são sentidas desde o início dos tempos, em função de termos a habilidade de pensar e gerar sonhos, que por sua vez nos levam ao desejo de querermos sempre mais. A Bíblia conta a evolução dessas necessidades nos tempos antigos e, se as transportarmos para os dias de hoje, são semelhantes na constância, apesar de diferentes na espécie.

De uma maneira geral desejamos sempre mais alimentação, saúde, educação, moradia, transporte, vestuário e segurança, dentre outras. Dessas demandas, a maioria deles esta ligada à área material. Entretanto, as necessidades espirituais também exercem um poder muito forte sobre o nosso destino. Razão pela qual o homem até hoje busca de forma incessante como controlar o lado místico de sua existência.

É claro que a evolução tecnológica dos últimos anos tem ampliado cada vez mais essas demandas, exigindo dos gestores públicos respostas urgentes ou quando possível antecipadas. No caso presente vamos nos ater à discussão relativa às necessidades da área de segurança. Aliás, necessidades que do mesmo modo como na área de saúde, geralmente lembramos depois de perdidas.

É comum falarmos dos aspectos relativos à educação, saúde e infraestrutura, e somente caso seja negativa é que nos referimos à segurança. A própria mídia dedica um espaço enorme à área de segurança, e não foge à regra. Ambos, polícia e imprensa, trabalham com os fatos: a imprensa trabalha como a notícia para dizer o que ocorreu; a polícia para investigar os fatos e apurar caso tenha havido crime. O que foi perdido vai ser reclamado, essa é a regra.

Entretanto, temos que cuidar para que não recebam mais importância os aspectos negativos da natureza humana daqueles que decidiram viver fora da lei, em detrimento dos que respeitam e valorizam o ser correto. Lembram-se da criação de um ditado popular, chamado de “Lei do Gerson”? Essa é a atitude daqueles que, independente dos meios adotados primam pelo resultado, mesmo que para tal tenham que passar por cima de pessoas com métodos ilegais ou desleais.

Voltemos às necessidades. Elas devem ser compartilhadas, tanto no campo coletivo quanto no campo pessoal, pois pela própria Constituição Federal a segurança pública é um dever do Estado, mas uma responsabilidade de todos. E este universo de atores precisa ser integrado, cada um no seu papel, União, Estados e Municípios. É preciso explicar os direitos e deveres de cada ator da sociedade, para que o coletivo seja priorizado, com igualdade de oportunidades.

Assim sendo, conforme o rigor das regras orçamentárias as respostas são lentas. Nada disso, entretanto, deve ser motivo para que os planejamentos sejam esquecidos ou postergados.

A Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social tem a missão de integrar os diversos setores do sistema de segurança e manter estudos permanentes e aproximados da população para que a dinâmica da evolução das necessidades seja atendida plenamente. No momento, deficiências foram identificadas e estão sendo corrigidas para que a população possa sentir a proximidade e a integração do policiamento comunitário.

Bem como, para que os agentes da segurança pública sejam valorizados da forma correta e tenham as melhores condições possíveis para exercerem suas funções. Mas, todas essas mudanças de nada adiantam se não houver uma alteração mais radical: uma mudança de mentalidade.

A oferta de segurança está ligada ao fortalecimento das equipes de policiais, quer pela melhor capacitação e valorização da carreira e pessoal, quer pela aquisição de equipamentos mais modernos ou até mesmo por maiores efetivos. Investir em qualidade sempre foi e será mais importante do que em quantidade, ou não? Precisamos entender que essa proximidade com a população será a forma mais direta e rápida para lhe oferecer uma melhor segurança, e assim cumprirmos melhor a missão.

Em relação aos investimentos em materiais e equipamentos, estes sim estão sendo ofertados com maior intensidade, quer por decisão estadual, e também porque a Secretaria Nacional de Segurança Pública está promovendo um equilíbrio e uma reorientação entre as necessidades dos Estados e dos Municípios com maiores problemas na área de segurança pública.

Observe-se que o Rio Grande do Norte não tem prioridade maior nesse atendimento, o que nos alegra, pois os que têm recebido prioridade máxima são porque estão com os mais elevados índices de insegurança.

Assim sendo, conscientes de que os deveres de gestores públicos estão sendo cumpridos, mas que melhorar é preciso nos curvamos aos que justificam nossa missão, os cidadãos potiguares. Precisamos do seu apoio na busca da melhoria da qualidade de serviços de segurança pública, dando um crédito de confiança nas Instituições, e principalmente participando com a força comunitária para que o nosso Estado seja conhecido cada vez mais como referência positiva de qualidade de vida.

 General Eliéser Girão Monteiro FilhoSecretário de Segurança Pública e da Defesa Social Do Estado do RN

Ponto de Vista

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