UM POEMA SOLTO NO TEMPO –
“Ao te encontrar novamente formatarei meu coração para uma nova forma de amar” (C.A.Josuá Costa)
Nos escritos que no silêncio do tempo pandêmico fui rabiscando encontrei esse que compartilho com vocês:
DA JANELA TE VENDO
Da janela te vendo
Cedo meu olhar ao vazio do infinito
Teus passos suavemente deslizam
No sumiço do meu coração.
Já não te percebo no ontem
E nada sinto no hoje.
Cerro as cortinas como na cena final do teatro
Apago uma a uma as lâmpadas que clarearam nossos encantos
Encenados em atos que se perderam em desencontros.
Na manhã que segue busco na réstia teu caminhar
Na multidão entre caras e rostos procuro um olhar
Se o seu não sei, mas qualquer um que possa me acalentar.
O tempo, pois, que a janela me concede é exíguo como a saudade
Mesmo te vendo e te perdendo todos os dias
Ainda assim estou na janela te querendo.
Abro e fecho a cortina
Na esperança de um dia te retomar.
…
De vez em quando encontro pelas gavetas e cadernos, anotações de inspirações que não se completaram, como essa:
Na cabeceira um caderno em branco / Uma caneta sem uso / Um pensamento vazio.
E você, cadê os seus escritos?
Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil, escritor e Membro da Academia Macaibense de Letras (josuacosta@uol.com.br)
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