UM PONTO DE VISTA A MAIS –
Esse período que nos obriga a ficar em confinamento quase absoluto nos leva e comparações e reflexões sobre essa crise pandêmica.
Algumas observações sobre o sistema de saúde mundial nos revelam que, ícones para os brasileiros, encontram-se em situação muito pior do que nós tupiniquins. Caso típico dos EEUU que não tem nada parecido com nosso SUS que, apesar de muitas falhas, falta de equipamentos, leitos e tantas outras coisas consegue atender a população mais carente.
Aqueles sistemas públicos de saúde existentes que podem ser considerados como excelência também se revelaram insuficientes para dar suporte ao grande número de infectados.
O mundo como um todo adota hoje um ¨lockdown¨ com maior ou menor intensidade em função dos dados disponíveis quanto a evolução do famigerado vírus COVID-19.
Os cientistas de todos os países deram uma resposta rápida no sentido de identificar o sequenciamento do DNA do vírus e trocando informações relevantes na busca de alternativas para seu combate. Essa rapidez, graças a WEB, facilitará a identificação de uma ou várias substancias e ou alternativas que poderão auxiliar no combate a essa pandemia enquanto não se chega a uma vacina específica.
Ainda hoje um fato novo foi divulgado pela Coreia do Sul que identificou 111 casos de pessoas que já haviam tido alta da quarentena e testaram positivo novamente ao vírus.
Pois bem isso são informações disponíveis nos noticiários da imprensa pelo mundo.
No Brasil vemos uma situação insólita. Uma busca insana por um elixir¨ milagroso que seria a salvação para esta situação, liderada pelo Sr. Presidente da República. Um leigo que rebate o confinamento e não aceita que a solução por ele encampada ainda carece de maiores estudos. Pode ser sim que esteja sendo utilizada e, junto com outros medicamentos formando um coquetel que, prescrito por médicos e em situações bem caracterizadas tenham tido resultado satisfatório.
Não nos esqueçamos que existem várias substancias e fármacos já existentes sendo testados pelo mundo.
A situação hoje deste país é mais para um pandemônio que para uma pandemia.
Um cabo de guerra político com oportunistas de todos os lados agravando ainda mais esse panorama.
Na economia mundial o cenário é desolador e aqui mais ainda, recém saindo pifiamente de uma crise financeira enorme somos obrigados, com razão, a praticamente paralisar a economia.
Mais preocupante ainda é que tenta dar-se maior relevância à economia do que a manutenção da vida, da saúde da população.
Uma carga grande foi jogada nas costas das empresas e seus colaboradores com as reduções de jornada de trabalho e consequente redução da massa salarial ainda que parte dessa massa será reposta pelo governo federal.
Mas cabe aqui meu comentário, um leigo em economia,mas que faz parte do empresariado.
Os empréstimos não chegam na ponta por falta de quem irá avalizar o risco dos bancos que, neste país, atuam quase como agiotas com taxas e tarifas exorbitantes e lucros sub taxados astronômicos. Cabe a pergunta: qual vai ser a parcela destes para o combate a essa pandemia?
Outra questão que desde o início me vem à cabeça: os salários dos poderes estabelecidos seja ele federal, estadual ou municipal não podem ser reduzidos nessa situação? As benesses hoje existentes não poderiam ser reduzidas pela metade? Ou estariam esses senhores em uma classe fora desta situação? Essa conta que li recentemente chegaria a mais de 30 bilhões de recursos.
Hoje só podemos dizer com certeza que: o futuro é incerto, os números atuais de infectados é uma mera suposição uma vez que não temos testes suficiente para quantificar os infectados, assintomáticos ou não.
Os recursos necessários serão muito maiores do que os já liberados. A falta de uma liderança sensata e firme nos deixa meio à deriva sem saber se os atuais atores permanecerão ou não no palco.
Não há união para que possamos levar a cabo essa situação com o menor número possível de vítimas, união esta que deve partir daqueles que detêm o poder.
Não menos importante é já ir sendo planejado, dentro da avaliação dinâmica da evolução do quadro pandêmico, de quais medidas serão tomadas a partir da liberação deste confinamento que hoje se, e somente se, houvessem dados seguros poderiam ser liberadas pequenas cidades dentro de critérios rigorosos apoiados em dados científicos.
Enfim, já tendo me alongado muito não sei dizer se estamos no meio de uma pandemia ou se num pandemônio de proporções catastróficas.
Roberto Goyano – Engenheiro