UMA INSPIRAÇÃO VESTIDA DE NUA –
Não sei porque passamos um tempo sem inspiração. Parece que a fuga se dá para que os poetas curtam por mais tempo aquilo que escreveram e que ainda reverberam na passagem do tempo.
Tenho certeza que cada um de nós, aprendizes ou veteranos na dança das letras em cadernos pautados, folhas de papel ou até num guardanapo fugaz, guardam belos poemas que ainda não mostraram a cara.
Pois bem. Encontrei esse de 2018 justamente numa folha avulsa entre escritos e rascunhos que estavam adormecidos.
Com a permissão dos queridos leitores abro as cortinas de um palco poético, para compartilhar um desses momentos de inspiração.
VESTIDA DE NUA
Vestida de nua se destacava tão bela
Dançava se não para mim
Se não para ele ou mesmo para ela
Vestida de nua, ela dançava na leveza do meu sim.
Na pele o desejo que tatua
Da lua a nua espelha beleza
No olhar me perco no corpo que insinua
Na dança nua de sua viveza.
No sorriso que mostra a luz
No suspiro que apaga a visão
Segue a dança que a nua extenua
Distorcendo o meu pensar em ilusão.
Dançava…
Se não para ela, se não para mim
Vestida de nua, enfim.
Certamente você também tem algo que rabiscou e guardou, por não dar importância à sua força criadora, latente, que espera apenas o seu próprio estímulo para compartilhar.
Nada do que você escreveu e está guardando é desprezível. Se sua alma ditou para que a sua mão desenhasse letra por letra foi porque tinha algum significado.
Portanto vá agorinha buscar a sua inspiração que está aprisionada e deixe que a liberdade tome conta do que ela tem para nos dizer.
E você que faz tempo que pausou ou deixou pra lá a beleza dos seus pensamentos poéticos, mexa-se!
Todos somos poetas. Cada fase de nossa vida, as mais alegres ou as mais tristes, geram inspirações que ficaram registradas em algum cantinho que só você sabe onde se encontra.
Estamos aguardando.
Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil, escritor e Membro da Academia Macaibense de Letras ([email protected])