UMA “POSSE” LONGE DEMAIS! –

Atual ministro do GSI, general Sérgio Etchegoyen, fez alerta para Bolsonaro e equipe terem cautela na cerimônia de posse, e revelou que teriam sido detectadas “novas ameaças”. Claramente referindo-se ao atentado sofrido pelo então candidato do PSL em Juiz de Fora, evento criminoso investigado pela PF.

Nestes dias, temos assistido a insistência de notícias reverberando uma notificação do COAF a respeito de movimentações financeiras de um ex-assessor do filho de Bolsonaro, eleito senador. Por outro lado, partidários do presidente eleito insinuam que o Conselho esteja se desviando de sua atuação com parcialidade política, sugerindo haver vínculo do PT no quadro funcional do órgão. De outra parte, a resposta foi que isto seria mais uma fake-news de bolsonaristas.

O COAF, Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), é um órgão ligado ao Ministério da Fazenda, para atuar basicamente na prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. O presidente do Coaf é nomeado pelo presidente da República por indicação do ministro da Fazenda, que exerce a presidência na plenária da assembleia de membros.

Neste entretempo, o presidente eleito veio a público para explicar que o dinheiro fora para quitar dívida do ex-assessor com ele próprio (Bolsonaro) e teria sido feito o depósito na conta da futura primeira-dama por “questão de mobilidade”, diante da dificuldade para (ele) ir ao banco em razão da exaustiva rotina de trabalho de presidente eleito.

No entanto, dentro das hostes da equipe eleita, vimos a reiteração do ministro nomeado Sérgio Moro que sustentou ser prudente a apuração sobre caso envolvendo ex-assessor do filho de Bolsonaro. O futuro ministro da Justiça ainda citou as operações listadas como ‘suspeitas’ pelo Coaf. Moro declarou “não caber a ele falar sobre o caso e que presidente eleito já prestou esclarecimentos”.

Ao que parece a travessia até a posse poderá topar com novos ruídos em seu próprio núcleo político.

O título aqui é analogia a um filme americano inspirado em uma operação na 2ª Guerra planejada por militares ingleses, que, antes do desfecho tão esperado e diante de tantas dificuldades surgidas, fez com que o general Browning dissesse a frase ao comandante da guerra: “I think we may be going a bridge too far“, ou seja, “Eu imagino que estamos indo a uma ponte longe demais!

Luiz SerraProfessor e escritor
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