UTOPIA DO AMOR –
Fora a utopia do amor que me trouxe ao extremo de querer amar … a possibilidade de querer muito do que pouco existe, de rejeitar os preâmbulos inoportunos e furiosos dos que repelem o bom sentimento como a solução para humanidade decrépita… Mas eu creio e sempre cri na promessa de jamais soçobrar no melhor do existir humano, que é sentir pelo outro o singular estado de amante sem restrições… Mas seria tudo isso uma peça, na Teoria do Véu de Maya, em Schoppenhauer e, portanto, uma ilusão necessária para preservação de minha alma de amante e da minha sanidade? Não sei…
Estaria esta utopia posta para além do alcance mesmo de quem sonha?
Não importa…
Sonho na lucidez do acordar e de olhos bem abertos —- sonhar… Sonho consciente nas utopias efêmeras de uma realidade por vir… e pressinto que o amor seja apanágio maior de ser simplesmente humano…
Indago além, e nesse mundo precário de amor, por que tanto ódio?
Eu creio na utopia do amor infinito… e no bálsamo de pele e planta e flor que se suspendem estoicamente imóveis no ar, quando duas almas se encontram para o reconhecimento um do outro…
Por que a coragem de amar deu espaço ao medo da entrega?
Não deveria…
Entrego-me a hipérbole dos que morrem de amor e do amor infinito… e sucumbem as dores de ter ousado amar e desamado, mas que amaram… porque no amor, vive-se a utopia do lugar perfeito para existir…
Charles M. Phelan – Advogado e Professor