VACINA! –
Temos dois filhos. Os cartões de vacina, surrados pelo uso e pelo tempo, estão dando sinal de clemência. Já foram carimbados, escritos, receberam diversos clipes para prender neles lembretes de datas e locais de vacinação. Já foram xerocados, fotografados e retornaram à pasta de documentos incansáveis vezes, demonstrando a importância deles em nossas vidas. São documentos!, não canso de repetir…
Já os meu e de meu esposo… Verdadeiras bagunças! Sempre que vamos fazer outra vacina, esquecemos de levar nossos cartões e o que devia ser apenas um papel para cada um de nós, virou um amontoado de cartões de diversos tamanhos e formatos, presos por elásticos e colocados em uma pasta plástica que me enchem de vergonha pela desorganização.
Como chegamos a este ponto? Divago olhando os seis ou sete cartões em meu nome.
Percebo, numa mescla de orgulho e segurança, que preferimos cuidar de tudo que se refere a eles e deixamos o que se refere a nós em segundo plano. Somos pais… Não tem mais o que explicar ou argumentar.
Então, neste período louco de pandemia, onde alguns furam as filas para tomar a terceira dose, pois não confiam no “seu laboratório” e outros pensam que o fato de serem vacinados já os libera para tudo e qualquer coisa que vivenciaram numa vida “pré-pandêmica”, resta-nos a dúvida se poderemos ou será necessário vacinar também nosso caçula, aos 14 anos de idade.
São tantas discussões sobre isso, que não envolvem apenas a ciência (lamentavelmente), mas também política ou mais ainda politicagem, que nos deixam perdidos nas decisões.
A única coisa que tenho certeza é de que sinto a necessidade de que mais estudos sobre vacina existam. E nem falo sobre vacina para COVID, mas sobre vacina para honestidade, integridade e respeito.
Deveria ser obrigatório!
#prontofalei
Bárbara Seabra – Cirurgiã-dentista, professora universitária e escritora