A crise atual não é de fácil enfrentamento. As dificuldades se apresentaram quase ao mesmo tempo. Contudo, o pessimismo não pode nos derrotar por antecipação.
O Brasil, mesmo com os atropelos políticos do momento, está melhor. Pior seria se a condução do País ainda estivesse com o governo anterior. Agora, pelo menos, o diálogo está instaurado e as reformas em debate. Os equívocos do Presidente Temer se apresentam mais no campo político, portanto, com melhor probabilidade de correção. Os pilares da economia, por sua vez, estão mais claros e vários problemas identificados, dentre os quais, a taxa de juros; a modernização das relações do trabalho; a pactuação de novos parâmetros orçamentários para os Poderes Legislativo e Judiciário; a simplificação da máquina tributária; o grave déficit previdenciário; o custo do emprego formal; a terceirização; a desburocratização; o apoio à produção e qualidade do gasto público. Não sei se vamos conseguir enfrentar todos os temas e resolvê-los, mas começar a discutir e, pelo menos, amenizar alguns mais graves, já é um bom começo.
O Governo Federal pode corrigir rumos e acertar. Quem reconhece os equívocos do passado tem muitas chances para acertar no presente. Nós todos, certamente, estamos torcendo pelo acerto e, mesmo apreensivos pela atual conjuntura nacional, no que nos cabe, estamos trabalhando para que logo a confiança seja revigorada em torno do Brasil que desejamos!
Aliás, um Brasil onde os empreendedores são destacados animadores da economia. Vejam, por exemplo, a agropecuária brasileira! São impressionantes os números de produção e os resultados da pesquisa e inovação. Na pecuária, em particular, o Brasil, incluindo o nosso Nordeste castigado pelas secas, é referência mundial em qualidade genética em raças zebuínas, por exemplo. Também são animadores resultados obtidos em segmentos industriais e avanços importantes, sobretudo, decorrentes da inovação tecnológica. Ademais, persiste a força das micro e pequenas empresas que, lideradas por heróis da resistência, são as maiores responsáveis pela empregabilidade dos brasileiros. Assim como, a boa qualidade de inúmeras instituições, dentre as quais, o Sistema “S”, neste contexto incluída a contribuição dada ao Brasil e ao Rio Grande do Norte pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Sistema FIERN. Temos acervo, cultura empreendedora e ânimo para recomeçar.
Precisamos, certamente, um pouco mais de ousadia. Vale a pena o registro, neste sentido, da boa iniciativa que teve o Governador Robinson Faria em visitar a China nos últimos dias. Uma das estratégias mais evidentes para o Brasil e para o Rio Grande do Norte é atrair investidores, ou seja, dinheiro novo para aquecer os negócios locais e, em consequência, mais empregos para enfrentarmos o grave drama do desemprego. Com a ousadia na medida certa, alinhada as iniciativas em curso e a abnegação dos empreendedores, vamos animar novamente a economia brasileira.
Amaro Sales de Araújo – Industrial, Presidente da FIERN e do COMPEM/CNI
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