VAN GOGH –
No último domingo, após uma semana de correria, passamos pelo shopping e decidimos curtir a exposição de Van Gogh. Havíamos assistido a uma de Michelângelo e Da Vinci ano passado, muito boa, mas que não tocou meu coração.
Arte tem disso! Algumas coisas nos emocionam, outras nos fazem refletir e outras apenas olhamos sem que elas façam parte de nossa vida.
Por isso acredito no poder de cura de livros, filmes, músicas, esculturas e quadros. Quando nos permitimos ser tocados por eles, sempre deixam algum registro em nossas vidas.
Van Gogh me encanta. Lembro a primeira vez que fui ao Museu de Orsay e vi um Van Gogh. Os tons de azul e amarelo me chamavam, me atraíam. A pincelada curta, forte, autêntica, singela… Ela me dizia algo que até hoje não sei explicar, mas sei o que senti e ficou registrado em mim.
Não entendo praticamente nada sobre arte, mas sinto! Isso é o suficiente!
Assim, sentamos no chão e ficamos observando suas obras passarem diante de nossos olhos, sob uma música suave e com tamanhos desproporcionalmente gigantes, quando comparados aos seus originais.
Paredes cobertas por lírios. Chãos cobertos de girassóis. Noites estreladas e olhos expressivos.
Crianças corriam e gritavam pisando nos girassóis projetados no chão. Jovens olhavam atentos e, vez ou outra, escutei um sussurro mais alto de puro êxtase.
Como a arte faz isso com a gente? Une gerações, uma massa heterogênea, todos sedentos por algo que aqueça o coração.
Seus girassóis, amendoeiras, lírios e céus estrelados fazem isso conosco.
Que bom que temos a arte!
Que bom que temos Van Gogh!
Bárbara Seabra – Cirurgiã-dentista, autora de “O diário de uma gordinha” e Escritora